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domingo, 7 de dezembro de 2025
Bastidores

MDB trabalha para eleger até cinco deputados federais em 2026

Com apenas dois representantes em Brasília, partido aposta na reorganização interna, na força regional e em nomes do agronegócio para ampliar presença no Congresso e reforçar base de Daniel Vilela

Bruno Goulartpor Bruno Goulart em 14 de outubro de 2025
MDB trabalha para eleger até cinco deputados federais em 2026
Deputada Marussa Boldrin carrega grande ativo político para o MDB; senador Pedro Chaves ocupa a vaga de Vanderlan Cardoso, que se licenciou por 121 dias. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados e Jefferson Rudy/Agência Senado

Bruno Goulart

O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) começou a se articular com força para as eleições de 2026 em Goiás. A sigla, que hoje conta apenas com a deputada Marussa Boldrin e o deputado Célio Silveira na Câmara Federal, quer recuperar o espaço que já teve um dia e garantir uma bancada expressiva em Brasília. A meta, segundo o senador Pedro Chaves (MDB), é eleger de quatro a cinco deputados federais, além de ampliar a representação estadual — atualmente formada por seis parlamentares.

“Queremos eleger de quatro a cinco deputados federais, mas temos que esperar março, quando ocorrem as filiações. Obviamente, vamos buscar outros nomes, tanto para a chapa federal quanto para a estadual”, afirmou o senador ao O HOJE. A reorganização, que também é uma prioridade do vice-governador Daniel Vilela, marca um novo ciclo de fortalecimento da legenda em Goiás, que mira 2026 como um ano decisivo para consolidar — de novo — o MDB como protagonista político no Estado.

Nomes

Entre as articulações mais comentadas, especula-se que o deputado federal Daniel Agrobom, atualmente no PL, possa migrar para o MDB. A possível filiação é vista como um ativo valioso, já que o parlamentar tem forte apoio do agronegócio e mandato em andamento — fatores que podem ampliar o alcance eleitoral da legenda.

Leia mais: Quem será o vice de Daniel Vilela em 2026

Outro nome que ganha destaque é o do deputado estadual Lucas do Vale, que pode concorrer a uma cadeira na Câmara Federal. Seu pai, o ex-prefeito de Rio Verde Paulo do Vale (MDB), chegou a colocar o nome à disposição para deputado federal, mas também é cotado para compor a chapa majoritária como possível vice de Daniel Vilela em 2026. Essa movimentação abriria espaço para o filho disputar uma das vagas para Brasília, o que reforçaria o núcleo do partido na Região Sudoeste, um dos redutos eleitorais mais estratégicos do Estado.

Com mandato e bom desempenho político, Marussa Boldrin é um nome forte do MDB para 2026 e não passa despercebida por outros partidos. Além disso, a parlamentar conta com o apoio do agro e goza da confiança do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, outro nome ventilado para vice de Vilela. 

Ao O HOJE, a parlamentar afirmou que a tendência é continuar no partido em 2026. “O MDB tem grandes nomes e, com a liderança do Daniel, deve se fortalecer ainda mais. A definição partidária será só no ano que vem, mas a tendência é ficar, sim. É importante para todo partido ter cadeiras na Câmara”, afirmou Marussa.

Desafio do MDB

Para o cientista político Lehninger Mota, ouvido por O HOJE, a movimentação do MDB é estratégica, mas enfrenta um desafio central: construir uma chapa competitiva em meio à polarização política. “Partidos que vão lançar candidatos ao governo precisam mostrar a capacidade de montar chapas com nomes expressivos, que tenham puxadores de votos. Daniel Vilela vai correr atrás disso para chegar forte à Câmara Federal”, avalia Mota. 

O cientista político afirma que o MDB tende a concentrar esforços nas chapas proporcionais, já que a vaga ao Senado tende a ser ocupada pela primeira-dama Gracinha Caiado como candidata. Neste cenário, o partido de Daniel Vilela, segundo o especialista, prioriza o fortalecimento das candidaturas à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) para ampliar sua base e demonstrar capacidade de articulação política.

Para Mota, o MDB e partidos tradicionais, como o PSDB, enfrentam dificuldades por ocuparem o centro político em um momento em que o eleitorado está dividido entre direita e esquerda. “Antes, prefeitos e vereadores eram decisivos no apoio a candidatos do MDB, mas hoje o voto está mais ideológico. O eleitor quer saber a posição do candidato. Essa mudança prejudica legendas de centro que dependem das lideranças regionais”, avalia.

Segundo o senador Pedro Chaves, a expectativa é de que todos os nomes sejam definidos até março de 2026, período em que ocorre a janela partidária para novas filiações e quando o MDB deve apresentar oficialmente sua nominata de candidatos. (Especial para O HOJE)

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