Gasolina tem nova redução nas refinarias da Petrobras, mas impacto nas bombas deve ser gradual
Com queda de 4,9% nas refinarias, preço médio da gasolina passa a R$ 2,71 por litro; repasse ao consumidor deve ser gradual e depende de fatores como etanol, impostos e margens de lucro.
A Petrobras anunciou uma redução de 4,9% no preço da gasolina vendida às distribuidoras, válida a partir desta terça-feira (21). O corte equivale a R$ 0,14 por litro, fazendo com que o valor médio nas refinarias passe para R$ 2,71 por litro. Embora a notícia traga alívio para o mercado, o impacto real no bolso do consumidor deve ser menor e mais lento.
De acordo com cálculos da Warren Investimentos, se a queda for integralmente repassada, o preço médio da gasolina nos postos pode cair R$ 0,10 por litro. Atualmente, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o litro do combustível custa em torno de R$ 6,20 no Brasil.
A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) também estima uma redução entre R$ 0,09 e R$ 0,10, mas ressalta que o efeito não será uniforme. Em algumas regiões, onde as distribuidoras são abastecidas por refinarias privadas ou trabalham com gasolina importada, o preço pode permanecer inalterado.
Repasse da gasolina ao consumidor depende de vários fatores

Apesar do anúncio, o repasse nas bombas não acontece imediatamente. O preço final depende de estoques antigos, da cobrança de impostos, da mistura de etanol anidro e das margens de lucro de distribuidores e revendedores.
Além disso, como a gasolina contém 30% de etanol anidro, a redução anunciada pela Petrobras deve refletir apenas cerca de 70% do corte total, explica Sérgio Araújo, presidente-executivo da Abicom. “Essa é a estimativa, mas tudo depende do comportamento do preço do etanol nos próximos dias”, afirma o executivo.
Atualmente, a Petrobras responde por 32,2% da composição do preço da gasolina. O restante é dividido entre impostos estaduais (23,4%), distribuição e revenda (16,9%), etanol anidro (13,2%) e impostos federais (11,2%).
O mercado financeiro reagiu positivamente ao anúncio. A Warren Investimentos revisou sua projeção de inflação para 2025, que passou de 4,5% para 4,4%. A expectativa é que o país encerre o ano dentro da meta, fixada em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
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