Homem de 33 anos confessa feminicídio de Bárbara Alvim em Goiânia após descumprir medida protetiva
Técnica de enfermagem foi vítima de feminicídio dentro de um condomínio no Jardim Cerrado 6, em Goiânia
O ex-companheiro de Bárbara Alvim Silva, Luiz Gustavo Rodrigues Rocha, confessou ter cometido o crime de feminicídio contra a jovem de 28 anos, atirando contra ela dentro de um condomínio localizado no Jardim Cerrado 6, em Goiânia. Bárbara, que trabalhava como técnica de enfermagem, tinha buscado proteção legal e possuía uma medida protetiva contra o agressor, concedida pela Justiça após episódios anteriores de agressões físicas e ameaças. A medida visava garantir sua segurança e impedir qualquer aproximação de Luiz Gustavo, mas, mesmo com a ordem judicial em vigor, o suspeito desrespeitou a determinação, mostrando desprezo pelas normas de proteção à vida da vítima e culminando na tragédia que chocou a comunidade local.

Crime do feminicídio
O crime ocorreu no último sábado, dia 18. Luiz Gustavo foi preso em flagrante no mesmo dia pelos crimes de feminicídio e porte ilegal de arma de fogo.
Em vídeo divulgado pela polícia e pela TV Anhanguera, o suspeito detalhou que voltou ao condomínio onde Bárbara morava mesmo com a ordem judicial em vigor. Ele relatou que tentou conversar com a vítima, mas ela não aceitou o diálogo. Luiz Gustavo disse que havia pedido a ela que retirasse a medida protetiva, o que ela não fez.
“Eu fui lá, tentei conversar, aí depois eu saí do condomínio. Aí não sei o que deu em mim que eu voltei para dentro do condomínio”, relatou o homem. Ele afirmou que, ao retornar, viu Bárbara em uma ligação e suspeitou que ela estivesse acionando a polícia. Em seguida, ele efetuou os disparos: “Hora que eu vi, eu já tinha feito”.
O suspeito, que não aceitava o fim do relacionamento, já havia sido preso em setembro de 2024 por agredir e ameaçar Bárbara. Ele foi solto no dia seguinte à prisão, mas com a imposição da medida protetiva. A ordem judicial determinava que ele mantivesse uma distância mínima de 500 metros da vítima e de seus familiares, além de proibir qualquer tipo de contato.
No domingo (19), a Justiça converteu a prisão em flagrante de Luiz Gustavo em preventiva, levando em conta o risco à ordem pública e a possibilidade de reincidência.
O juiz Joviano Carneiro Neto destacou que o suspeito demonstrou “total desprezo pelas determinações judiciais e pelas normas de proteção à integridade física e à vida da ofendida” ao descumprir a medida protetiva e ir ao encontro de Bárbara, evidenciando o perigo que representava para a vítima e para a sociedade.
A Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO) informou, em nota, que representa o acusado nos processos criminais, cumprindo seu dever legal de garantir a defesa, mas que não se pronunciaria sobre o caso.
Bárbara Alvim Silva deixa dois filhos, sendo um fruto do relacionamento com o autor do feminicídio, hoje com 6 anos. Amigos relataram que a jovem conciliava dois empregos e tinha planos de concluir a faculdade de fisioterapia.

O Goiás Esporte Clube prestou uma homenagem à torcedora, lamentando que “nem a existência de uma medida protetiva foi suficiente para impedir que o feminicídio tirasse sua vida e deixasse dois filhos sem a mãe”. A publicação ressaltou ainda que, no assassinato de uma mulher, “todas somos” vítimas, reforçando o impacto da violência de gênero e a importância de políticas de proteção às mulheres.
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