Agro interiorano puxa contratações e cria 25 mil novas vagas formais no país
Goiás e Centro-Oeste reforçam protagonismo do agro na geração de empregos formais
Os pequenos municípios brasileiros seguem no centro da expansão do agro e se consolidam como os principais responsáveis pela geração de empregos formais no setor. Dados recentes mostram que o campo continua sendo uma das maiores fontes de trabalho no país, especialmente no Centro-Oeste e em estados como Goiás.
Agro é força de emprego e renda
Em 2024, o agronegócio empregou cerca de 28,2 milhões de pessoas, o que correspondeu a mais de um quarto das ocupações formais do país. O número representa crescimento em relação ao ano anterior e reforça a relevância do setor para a economia brasileira.
O avanço foi impulsionado principalmente pela agroindústria e pelos serviços de apoio à produção rural, como transporte, armazenamento e processamento. Mesmo com a leve retração nas atividades primárias — como plantio e colheita —, as cadeias industriais associadas ao campo mantiveram a geração de vagas e o dinamismo no interior.
Goiás e Centro-Oeste em destaque
No Centro-Oeste, o cenário é ainda mais expressivo. Goiás encerrou 2024 com saldo positivo de cerca de 56 mil empregos formais, atingindo um total de 1,57 milhão de vínculos com carteira assinada.
Apenas entre janeiro e maio de 2025, o setor agropecuário respondeu por 88% das admissões formais registradas no estado, um índice que reforça o peso do agro na economia goiana. Esse desempenho supera as médias nacional e regional, impulsionado pela força da agroindústria, pela pecuária e pelas lavouras de grãos e cana-de-açúcar.
Além disso, a interiorização da atividade agroindustrial tem permitido que municípios de pequeno e médio porte se tornem polos de emprego e inovação, reduzindo a migração e fortalecendo a economia local.

Interior em expansão no agro
Em todo o país, municípios menores concentram a maior parte dos saldos positivos na geração de empregos rurais. Em setembro, o saldo de 25 mil vagas no setor agropecuário resultou de mais de 239 mil admissões formais em 2,4 mil cidades.
Esse avanço mostra que a descentralização da economia rural continua firme, com o agronegócio expandindo sua presença em regiões antes pouco industrializadas. Nas pequenas cidades, o setor tem papel estratégico não só na produção, mas também na formalização de empregos, na circulação de renda e no fortalecimento de cadeias de serviços, como transporte e manutenção de maquinário.
Segmentos que mais empregam
Entre as atividades do agro que mais geraram postos de trabalho estão a fabricação de açúcar em bruto e o cultivo de cana-de-açúcar, que juntos responderam por quase 20 mil novas vagas.
A força da cadeia sucroenergética reflete o peso da agroindústria na geração de emprego formal, já que esses segmentos combinam alta produtividade com forte demanda por trabalhadores em períodos de safra.
Outros ramos, como o de processamento de alimentos e o de insumos agrícolas, também vêm contribuindo para o saldo positivo, especialmente nas regiões de agricultura mecanizada.
Desafios e perspectivas
Apesar dos resultados favoráveis, o agronegócio enfrenta desafios para manter o ritmo de contratações. A dependência de poucos segmentos, como o sucroalcooleiro, torna os pequenos municípios vulneráveis às variações de mercado e de clima.
Outro ponto de atenção é a automação crescente, que tende a reduzir parte das vagas na produção primária. Por isso, a qualificação da mão de obra local e a diversificação das cadeias produtivas tornam-se essenciais para garantir a sustentabilidade do emprego formal no interior.
Investimentos em infraestrutura, logística e tecnologia também são fundamentais para permitir que os municípios menores mantenham competitividade e aproveitem as oportunidades geradas pelo setor.

Em Goiás e no Centro-Oeste, o agronegócio deve continuar sendo vetor de geração de renda e fixação da população no campo. A aposta em agroindústrias locais, no crédito rural e em programas de qualificação técnica pode consolidar um novo ciclo de crescimento para os municípios interioranos.
A expansão do emprego formal no agro reforça que o setor segue como motor da economia nacional, sustentando o desenvolvimento regional e criando oportunidades em locais onde antes predominava a informalidade.