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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Eleições 2026

Busca por partidos menores cresce com desafios na eleição de deputados

Ao O HOJE, deputado estadual avalia desafios da reeleição, explica por que parlamentares migram para partidos menores e projeta expansão do Democratas 35 após mudança de nome

Bruno Goulartpor Bruno Goulart em 14 de novembro de 2025
Busca por partidos menores cresce com desafios na eleição de deputados
Por chapas mais competitivas, deputados estaduais estão de olho em siglas menores para as eleições. Foto: Sérgio Rocha/Alego

Bruno Goulart

A reeleição dos deputados estaduais em 2026 deve enfrentar um cenário marcado por um problema que, segundo Gugu Nader (Avante), ganhou força nos bastidores: o chamado canibalismo eleitoral. Vice-presidente do Democratas 35 — novo nome do Partido da Mulher Brasileira (PMB), cuja mudança ainda aguarda autorização definitiva da Justiça Eleitoral —, o parlamentar detalha os desafios da próxima disputa, a formação de chapas competitivas e os motivos que têm levado políticos com mandato a buscar partidos menores.

Para começar, Gugu define o conceito que ele próprio popularizou. De acordo com o deputado, canibalismo eleitoral ocorre quando “há muitos candidatos dentro de uma mesma chapa, todos disputando o mesmo espaço”. “Quando se tem muito peixe em um tanque e não tem comida, eles começam a comer um ao outro.” Em outras palavras, partidos com grandes listas tendem a dividir votos internamente, o que dificultaria a eleição até de nomes fortes.

Além disso, Gugu Nader destaca que a montagem das chapas é hoje o maior desafio da atual legislatura. Com a redução no número de candidatos dispostos a concorrer, a disputa se afunila. “Está tendo escassez de candidaturas. Minguou. Quem concorria, agora apoia quem tem mandato. Os que perderam estão anexados ao projeto de um candidato”, avalia. Assim, afirma o deputado, tornam-se frequentes situações nas quais, “em todos os partidos que estão montando chapa, já há dois ou três medalhões”.

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No Democratas 35 não é diferente. O próprio Gugu Nader figura entre os nomes de peso. O parlamentar foi eleito em 2022 com 21.743 votos, 20.640 apenas em Itumbiara, onde alcançou a maior votação já registrada por um candidato a deputado estadual no município. A sigla ainda deve receber outros nomes experimentados, como os ex-deputados Veter Martins e Cristóvão Tormin, além do ex-prefeito de Trindade e presidente estadual da legenda, Ricardo Fortunato.

Partido espera eleger quatro deputados

Ao analisar o cenário futuro, Gugu ressalta que “hoje não se elege mais ninguém com menos de 25 mil votos”. Para o deputado, a meta do Democratas 35 é ousada. “Vamos trabalhar para fazer quatro deputados. Vamos passar dos 220 mil votos. Faremos dois pelo quociente partidário e o restante pela sobra.” Nesse ponto, o deputado reconhece que a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as sobras eleitorais, agora distribuídas a todos os partidos, independentemente de atingir a antiga regra dos 80/20, beneficiou especialmente as siglas menores, que passaram a ter mais chances de aproveitar votos residuais.

Essa mudança, segundo Nader, explica por que deputados com mandato têm migrado para partidos médios ou pequenos. Somado ao desgaste das grandes legendas e ao risco do canibalismo eleitoral nas chapas maiores, muitos parlamentares têm buscado siglas que ofereçam mais espaço interno e melhores condições de cálculo eleitoral. Nesse sentido, o deputado avalia que partidos como o Democratas 35 apresentam um ambiente competitivo, porém viável.

Alego em 2027

Por fim, o deputado brinca com a possível configuração da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), que, segundo Gugu Nader, passará a ser organizada metaforicamente por tamanhos de chapas a partir de 2027: o “chapão”, com partidos grandes como MDB e União Brasil, a “chapa”, representada por siglas medianas como o PRD, e a “chapinha”, onde se encontra o Democratas 35. Seu objetivo, contudo, é claro: transformar a chapinha em um projeto consolidado e influente em 2026. (Especial para O HOJE)

 

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