O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
OPINIÃO

Narrativas fakes tentam envolver Ibaneis e Celina com Banco Master

Interesses poderosos estão no jogo sujo para jogar na mesma vala os bandidos que armaram contra autoridades e suas vítimas crentes de que o BC tinha controle do sistema financeiro

Nilson Gomespor Nilson Gomes em 20 de novembro de 2025
Ibaneis
Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

Leia até o fim e veja a trama por trás do incômodo a políticos do Distrito Federal, como o governador Ibaneis Rocha; sua vice, Celina Leão; e o antigo casal Flávia Arruda e José Roberto Arruda. Também dois senadores, Ciro Nogueira (PP-PI) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UB-AP). E por que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, aparece na história. 

O Banco Central é uma das mais fechadas instituições do sistema. De qual sistema? Todos. Suas decisões são tomadas debaixo de absoluto sigilo do populacho, apenas a patota tem acesso. Três exemplos tenebrosos ocorreram em Goiás com o Banco do Estado (BEG), a Caixa Econômica do Estado (Caixego) e o BBC, do ex-governador Irapuan Costa Júnior e da ex-senadora Lúcia Vânia. Os três estavam saudáveis quando o BC os liquidou. Motivo: política. Nos últimos dias, o que sacudiu o mercado foi a liquidação do Banco Master e a prisão de seu dono, Daniel Vorcaro, na Operação Compliance Zero. A Justiça afastou também o presidente do Banco de Brasília (BRB), que tentou comprar parte do Master, que não pode ser comparado às instituições goianas. Mas é o caso do BRB.

O presidente Paulo Henrique Costa e Dario Oswaldo Garcia Júnior, diretor de Finanças e Controladoria, estão fora por 60 dias, segundo o Judiciário, e em definitivo, de acordo com a decisão do governador Ibaneis Rocha. O GDF tem 71,92% das ações do BRB, que em março passado tentou comprar o Master. A negociação foi travada pelo BC pela suspeita de o Master estar envolvido em falsificação de títulos de crédito. Os mais interessados em ser cabos eleitorais da compra eram os comandantes da federação União Progressista, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o presidente do União Brasil, Antônio Rueda.

Além de Vorcaro, estão atrás das grades seu ex-sócio Augusto Lima e Alberto Félix, tesoureiro do Master. Lima é o atual marido da ex-ministra Flávia Arruda, ex-mulher de José Roberto Arruda, ex-governador do DF. Entre os amigos do dono do Master aparecem representantes dos diversos espectros ideológicos, como Guido Mantega, o Margarina, ministro da Fazenda nos governos de Lula e Dilma Rousseff que presidiu um banco público no 1º mandato petista, o BNDES. Mantega era o intermediário de Vorcaro para conseguir audiência com o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (em vão). Outro ligadíssimo ao proprietário do Master é o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Com tanta gente ligada a Vorcaro, as fábricas de fake news do Distrito Federal se encarregaram de envolver o governador Ibaneis e sua vice, Celina Leão, nas encrencas do Master. A rigor, o que há contra eles? Nada. Envolvimento? Nenhum. O BRB topou negociar com o Master sem saber de R$ 12 bilhões e 200 milhões em títulos falsificados. Ibaneis é obrigado a ter conhecimento disso? Não. E Celina? Muito menos. Quem tem o dever de estar alerta a essas fraudes? O Banco Central. Quando uma pessoa física ou jurídica transaciona com uma instituição bancária, sobretudo confiando-lhe seu dinheiro, é por ter a certeza de que o BC zela pela liquidez das agências cujas portas deixa manter abertas. 

Correntistas comuns, rentistas, economistas e investidores de modo geral se aproximavam do Master pelos rendimentos oferecidos, sempre bem maiores que os da concorrência. Tudo isso é do jogo. Agora, se a instituição e seus gestores são bandidos, não cabe ao cliente descobrir, até porque seus meios inexistem. Quem, além do dever, tem condição e tecnologia para isso é o Banco Central, graças a seus mecanismos de controle, ao acesso a documentos de todos os matizes, ao poder de liquidar (como o fez agora com o Master e havia feito com os goianos).

Confiança no Fundo Garantidor de Crédito tranquiliza clientes

Há 30 anos, qualquer tanto de dinheiro que você depositar em sua conta-corrente, na caderneta de poupança ou em outros produtos de bancos, como os títulos de renda fixa, como o Certificado de Depósito Bancário, está seguro pelo Fundo Garantidor de Crédito. O FGC é privado, não visa lucro e atua “para contribuir com a confiança das pessoas no Sistema Financeiro Nacional (SFN) e, assim, para o desenvolvimento econômico e social do País”, diz em seu site, cuja capa ostenta lá no alto – FGC informa: Banco Master. E a explicação:

“Conforme atos do Banco Central publicados em 18/11/2025, foi decretada a liquidação extrajudicial do Banco Master, Banco Master de Investimento, Banco Letsbank e Master Corretora de Câmbio. O pagamento da garantia pelo FGC será realizado após o envio da base pelo Liquidante (Atos do Presidente do Banco Central n.º 1.369, 1.371, 1.372 e 1.373)”.

Então, é por isso que ninguém se preocupava com o Master, porque há uma garantia. Isso não livra a cara de eventuais malandros que lucraram com os trambiques, mas era possível ser próximo de Vorcaro e distante de suas tramoias.

Já que não se pode chegar perto de Vorcaro por estar maldito, por que contratou o escritório Barci de Moraes, da esposa e dos dois filhos do ministro mais linha-dura do Supremo Tribunal Federal? O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, logo após se aposentar no STF, participou do Conselho Consultivo Estratégico do Banco Master. Essas personalidades, e muitas outras, estavam erradas em trabalhar para o banqueiro? Não. Errada é a indústria de fake news que tenta ligar gente séria a rolos de Vorcaro só agora descobertos. 

 

Siga o Canal do Jornal O Hoje e receba as principais notícias do dia direto no seu WhatsApp! Canal do Jornal O Hoje.
Tags:
Veja também