Jovem que viralizou em audiência de custódia morre em confronto com a PM em Goiás
Kaique Carlos havia chamado atenção nas redes após juíza questionar: “Você de novo, Kaique?”; ele e outro suspeito morreram durante troca de tiros
O jovem Kaique Carlos de Souza Ribeiro, que viralizou nas redes sociais após ser reconhecido por uma juíza em uma audiência de custódia em Inhumas, morreu baleado durante um confronto com a Polícia Militar. A troca de tiros ocorreu na noite de segunda-feira (24), na GO-222, entre Nova Veneza e Inhumas.
De acordo com a PM, além de Kaique, outro jovem — que não teve o nome divulgado — também morreu durante o confronto. A ocorrência teve início após uma denúncia anônima, informando que um veículo Gol prata estaria se deslocando até Deuslândia, distrito de Brazabrantes, para buscar uma grande quantidade de drogas.
A Companhia de Policiamento Especializado (CPE) de Trindade localizou o carro e tentou fazer a abordagem. O tenente Marcus Ungarelli explicou que os suspeitos fugiram ao perceber a aproximação:
“Localizamos esse veículo. Fizemos o retorno e tentamos abordá-lo, porém o mesmo empreendeu fuga. Já chegando em Inhumas, fizeram a parada, desceram do veículo e efetuaram disparos de arma de fogo contra as equipes, não dando outra alternativa a não ser o revide.”
Os dois suspeitos foram baleados e chegaram a receber socorro, mas morreram no local. Segundo a PM, duas armas de fogo, drogas e o veículo utilizado pelos jovens foram apreendidos.
A corporação informou que Kaique tinha mais de 10 antecedentes criminais, incluindo homicídio, roubo e tráfico de drogas.
Audiência de custódia que viralizou
Kaique ficou conhecido nacionalmente após um vídeo da sua audiência de custódia online, em maio de 2025, viralizar. Durante a sessão, a juíza Mônica Miranda reconheceu o jovem e reagiu de maneira espontânea:
“Você de novo, Kaique?! Ê, menino! Se você fosse meu filho… Me ajuda a te ajudar.”

Em outro momento, ela fez referência ao advogado do investigado de forma descontraída:
“Me ajuda a ajudar o doutor, coitado. Ele nem consegue dormir mais.”
A repercussão gerou críticas e ataques à magistrada. Em resposta, a Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego) divulgou nota apoiando a juíza.
“A postura cordial da magistrada não retira a seriedade do ato, mas traduz o equilíbrio entre firmeza judicial e respeito à dignidade da pessoa humana”, destacou a entidade, que também reforçou que decisões judiciais devem ser analisadas de forma técnica e contextualizada.