Simone Ribeiro aposta em inovação e parcerias para reconstruir Formosa
Em entrevista ao Momento Político, do Grupo O HOJE, prefeita detalha desafios financeiros, avanços e perspectivas para o desenvolvimento do município
Bruno Goulart
A entrevistada do programa Momento Político desta quarta-feira (26) foi a prefeita de Formosa, no Entorno do Distrito Federal, Simone Ribeiro (PL). Em seu primeiro mandato, a gestora destacou ao jornalista Wilson Silvestre, titular da coluna Xadrez, que uma de suas primeiras metas ao assumir o comando do município foi “colocar Formosa na prateleira” para que a população pudesse ver tanto as dificuldades acumuladas quanto o potencial econômico e turístico da cidade. Com mais de 115 mil habitantes, 50 bairros, três distritos e uma zona rural extensa, Formosa, segundo a gestora municipal, convive com uma realidade fiscal extremamente apertada: arrecada pouco mais de R$ 40 milhões mensais para administrar uma estrutura gigantesca.
Diante do cenário administrativo, Simone afirma ter recebido o município com “UBSs precárias, escolas caindo, falta de pontes, de estradas e moradia”, além de dívidas que ultrapassavam R$ 270 milhões. Embora desejasse priorizar infraestrutura nos primeiros 100 dias, foi obrigada a lidar com uma série de urgências. Ainda assim, ao longo do primeiro ano, garante ter acumulado importantes entregas.
Simone Ribeiro fala sobre apoio do governo

A parceria com o governo estadual foi apontada como decisiva. Com apoio do governador Ronaldo Caiado (UB), Formosa implementou o programa Estrada Boa, que leva vias recuperadas a regiões que aguardavam há mais de 50 anos. Além disso, a prefeitura firmou cooperação com a Secretaria de Assuntos Penais para utilizar mão de obra carcerária na recuperação de unidades de saúde.
Segundo a prefeita, “cereja do bolo” da sua gestão é a Parceria Público-Privada (PPP Municipal) que possibilita que empresários contribuam com materiais e serviços para reformar escolas, unidades de saúde e outros equipamentos públicos. Simone classifica a iniciativa como o resultado da criatividade necessária diante da escassez de recursos. “Mesmo com tão pouco, Formosa tem hoje uma mulher à frente que usa criatividade e traz gente importante para ajudar”, afirmou. Além das ações estruturantes, a prefeita diz ter multiplicado por três a visitação turística às principais cachoeiras, como o famoso Salto do Itiquira.
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Na área econômica, Simone anunciou a chegada de uma usina de etanol de milho, além de negociações com outras empresas que pretendem se instalar na cidade, como empreendimentos ligados ao grupo Super Frango. Segundo a prefeita, a principal barreira é a falta de energia elétrica, condição indispensável para atrair indústrias. Contudo, informou que tem atuado junto a órgãos estaduais e federais para solucionar a questão.
A prefeita também antecipou que Formosa deverá ampliar significativamente o número de moradias entregues e vai superar, com folga, as 48 casas da gestão anterior. Reuniões com o vice-governador Daniel Vilela (MDB), com o presidente da Agência Goiana de Habitação (Agehab), Alexandre Baldy, e com a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) devem destravar novos investimentos em habitação.
Relação com a Câmara
Simone reconheceu ter enfrentado turbulências no início do mandato. Negra e sem origem na elite política local, a prefeita avaliou como “difícil” o período de transição, especialmente após o ex-prefeito Gustavo Marques enviar à Câmara, a menos de dez dias do fim da gestão, mais de 20 projetos com criação de despesas, apelidados pela atual gestora de Formosa de “pacote de maldades”. Mesmo diante de resistências, diz que a relação com o Legislativo amadureceu: “Tem muitos vereadores de primeiro mandato agregando ao projeto de cidade”.
Quanto ao Governo de Goiás, destacou ter encontrado apoio firme de Caiado, da primeira-dama Gracinha Caiado e do vice Daniel Vilela (MDB). “Na política, às vezes você se sente só. Mas quando você tem a mão forte do Estado, isso motiva”, afirmou.
Sobre o cenário estadual, Simone vê Daniel Vilela como “forte candidato” ao governo em 2026 e defendeu que o entorno do DF tenha um representante na chapa. (Especial para O HOJE)