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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
PENA

Leitura de “Ainda Estou Aqui” dá a Bolsonaro oportunidade de remição de pena

Leitura de obras como Ainda Estou Aqui e Democracia dá ao Bolsonaro desconto de dias na pena, mostrando que estudo também é punição

Caroline Gonçalvespor Caroline Gonçalves em 29 de novembro de 2025
Bolsonaro
Leitura de obras como Ainda Estou Aqui e Democracia dá ao Bolsonaro desconto de dias na pena Foto:Fabio Rodrigues-Pozzebom/ABr

Bolsonaro tem a possibilidade de reduzir sua pena por meio da leitura de livros autorizados pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF). O ex-presidente, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, pode descontar quatro dias da pena para cada obra comprovadamente lida. Entre os títulos autorizados estão “Ainda Estou Aqui”, de Marcelo Rubens Paiva, e “Democracia”, de Philip Bunting, além de obras que tratam de preconceito, questões de gênero e distopias sobre regimes totalitários.

A medida segue precedentes legais, como o caso do ex-deputado Daniel Silveira, que teve 113 dias de pena reduzidos por atividades de estudo, trabalho e leitura. A ideia é transformar o período de prisão em oportunidade de aprendizado, reflexão e desenvolvimento pessoal, contribuindo para a reinserção social. Especialistas afirmam que, no caso de Bolsonaro, a iniciativa também serve como incentivo para outros presos buscarem educação e conhecimento durante o cumprimento da pena.

O processo de remição exige comprovação rigorosa da leitura. O preso deve apresentar resumos, relatórios ou discussões sobre os livros lidos, que serão avaliados pela Seape-DF e pelo juiz responsável pelo processo. O objetivo é garantir que a redução da pena seja fruto de aprendizado real e reflexão crítica, e não apenas de mera formalidade.

Além de “Ainda Estou Aqui” e “Democracia”, a lista de obras inclui clássicos da literatura mundial, como “Crime e Castigo”, de Fiódor Dostoiévski, “A Cor Púrpura”, de Alice Walker, “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood, e “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell. Também estão presentes títulos nacionais importantes, como “Becos da Memória” e “Canção para Ninar Menino Grande”, de Conceição Evaristo, e “1968: O Ano que Não Terminou”, de Zuenir Ventura.

A remição de pena por leitura é um direito previsto em lei e tem como objetivo tornar a pena mais educativa, promovendo conhecimento, desenvolvimento pessoal e reflexão sobre a sociedade.

Bolsonaro recebe visitas

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o vereador Jair Renan (PL-SC) visitaram na manhã quinta-feira (27) o ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre pena de 27 anos e 3 meses na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. As visitas seguem protocolos rígidos impostos pela PF, com controle de tempo, proibição de celulares e acesso individual.

Após visitar o pai por cerca de meia hora na Superintendência da PF, Jair Renan Bolsonaro afirmou que o ex-presidente enfrenta fragilidade emocional e nova crise de soluços, enquanto a articulação pela proposta de anistia segue sob comando do senador Flávio Bolsonaro. Jair Renan declarou à imprensa que não tratou de política com o pai durante o encontro, mas reforçou confiança na condução de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para avançar o projeto no Congresso. Segundo o vereador, a mobilização da base bolsonarista busca “libertar” o ex-chefe do Executivo.

“Isso quem está tratando é o Flávio Bolsonaro, meu irmão. Confio na liderança dele e vai dar certo. E todos aqueles políticos que se elegeram nas costas do Jair Bolsonaro estão fazendo tudo por ele para libertar o homem”, declarou. Ele relatou que Bolsonaro demonstra abatimento e tristeza diante do cenário atual e voltou a sofrer episódios de soluços, recorrentes nas últimas semanas. Para aliviar o clima, disse ter conversado sobre futebol e levado um caça-palavras na tentativa de “arrancar um sorriso”, mas admitiu dificuldade em animá-lo.

Michelle chegou ao prédio quando Jair Renan ainda permanecia com o pai. Enquanto aguardava do lado de fora, ela publicou uma mensagem nas redes sociais relatando que teria apenas 30 minutos de encontro – tempo reduzido em comparação à visita anterior, no domingo (23), quando permaneceu por duas horas com o marido.

A visita desta quinta foi a segunda de Michelle desde que Bolsonaro foi transferido à Superintendência. Na primeira ida ao local, o ex-presidente ainda estava detido preventivamente, após violar a prisão domiciliar ao queimar a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda.

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