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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
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Na prisão, Bolsonaro rejeita comida da PF e mantém dieta controlada pela família

Preso na Superintendência da PF, Bolsonaro evita a alimentação fornecida pela corporação por medo de envenenamento

Anna Salgadopor Anna Salgado em 30 de novembro de 2025
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Bolsonaro está em uma sala de 12 m², com frigobar, TV e acesso restrito, enquanto a PF reforça a segurança no prédio | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está preso na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília, tem se alimentado exclusivamente com refeições fornecidas por sua família e auxiliares, em vez dos alimentos preparados pela corporação.

Neste domingo (30), Eduardo Torres, irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), foi à sede da PF entregar refeições para o cunhado. Torres é uma das pessoas autorizadas a levar os alimentos, juntamente com o ex-assessor presidencial Antonio Machado Ibiapina e o tenente militar Kelso dos Santos.

O político tem optado por um cardápio que segue recomendações médicas, com baixo teor de gordura.

A decisão de evitar a comida da prisão é motivada por uma desconfiança. Pessoas próximas a Bolsonaro nutrem a desconfiança de que seria possível ocorrer um envenenamento a partir da comida da prisão, embora não haja qualquer indício de perseguição nas dependências da PF.

O filho mais velho, Flávio Bolsonaro, endossou a preocupação, afirmando que seu pai sempre se preocupou com a origem dos alimentos. O ex-presidente, portanto, só ingeriu itens acomodados na “quentinha da dona Michelle” ou levados pelo irmão da primeira-dama, Eduardo Torres.

Rotina de Bolsonaro na prisão e passatempos

Bolsonaro está confinado em uma sala de 12m² na Superintendência Regional da PF. O espaço é equipado com frigobar, cama, mesa, ar-condicionado e uma televisão que permanece ligada praticamente o dia inteiro.

A família montou uma operação paralela para organizar sua rotina. Entre os passatempos disponíveis estão revistas de palavras cruzadas e o livro de autoajuda “Metanoia — A chave está em sua mente”. As palavras cruzadas, levadas pelo filho Jair Renan, são um dos passatempos preferidos de Bolsonaro, um hábito que remonta aos anos 1970. O livro, levado por Flávio, propõe uma jornada de 21 dias para reorganizar padrões emocionais.

O ex-presidente tenta estabelecer uma rotina, passando longos períodos diante da televisão, alternando entre telejornais e partidas de futebol na TV aberta.

O momento de “maior animação” do ex-presidente ocorre quando há visitas da família, permitindo-lhe sair brevemente da sala de confinamento. Michelle esteve na PF no domingo e na quinta-feira; Carlos e Flávio, na terça; e Jair Renan, na quinta.

Apesar de ter havido um “sentimento de alívio” quando o ministro Alexandre de Moraes determinou sua permanência na PF, descartando a transferência para o Complexo Penitenciário da Papuda, Bolsonaro enfrentou dificuldades emocionais. Horas após ser visitado pelo primogênito, ele chorou ao saber que sua prisão, antes preventiva, havia se tornado definitiva com o fim do processo da trama golpista no STF.

Além disso, as crises de soluço, relatadas desde o fim de semana, intensificaram-se na quinta-feira e exigiram atendimento médico dentro da cela, embora sem a necessidade de deslocamento para o hospital. O episódio renovou a defesa entre aliados pelo retorno à prisão domiciliar.

Bolsonaro foi preso e levado para a PF após danificar sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda. A prisão, de caráter definitivo, é decorrente do processo da trama golpista no STF.

Desde o primeiro dia de prisão do ex-presidente, a PF reforçou a segurança na Superintendência de Brasília. Uma película de proteção foi instalada nos vidros da sede para impedir a captura de qualquer imagem da cela ou dos corredores, o fluxo de servidores foi restringido, e uma viatura permanece estacionada em frente ao prédio. O protocolo de visitas segue rígido, permitindo acesso apenas a familiares, advogados e equipe médica.

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

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