Nas últimas semanas, o país acompanhou casos brutais de violência contra mulheres, e não foram poucos com feminicídios em todos os cantos do país. Houve relatos de agressões extremas: um homem pegou duas pistolas e disparou contra a companheira; em outro caso, a vítima foi atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro, ela sobreviveu, mas perdeu as duas pernas.

Em Goiás, mais episódios tristes: uma mulher de 38 anos foi morta a tiros em frente a uma distribuidora em Rio Verde, no sábado (29). Em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, uma mulher de 47 anos foi assassinada a facadas pelo ex-companheiro, que respondia em prisão domiciliar e tentou fugir, mas acabou preso.

Um dos episódios que mais mobilizam: no Recife, no bairro Caxangá, um incêndio devastou a comunidade Acauã. A mulher identificada como Isabelle, grávida de seu quinto filho, e seus quatro filhos morreram, a investigação indica que o ex-marido possa estar envolvido no crime.

Esses casos evidenciam a crueldade e a repetição de atos de violência de gênero, muitos cometidos por parceiros ou ex-parceiros, nem sempre com condenação proporcional.

Números em Goiás

Os dados mostram que a violência de gênero continua alarmante no estado. Em 2024, Goiás registrou 56 feminicídios, número igual ao de 2023, indicando estabilidade, mas sem redução efetiva nos crimes letais contra mulheres.

Além disso, as denúncias vêm crescendo: apenas em 2024, a central Ligue 180 contabilizou 2.795 denúncias de violência contra a mulher no estado, o que representa aumento de mais de 50% em relação ao ano anterior. Apesar de campanhas, medidas protetivas e prisões, a pergunta permanece: como fortalecer políticas públicas e garantir proteção real antes que a violência termine em morte?

O retrato do feminicídio no Brasil

Segundo dados recentes do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Ministério das Mulheres, o Brasil registrou em 2024 1.459 feminicídios, o maior número da série histórica, o que representa a média de quatro mulheres mortas por dia em razão de violência de gênero. A taxa nacional ficou em cerca de 1,34 feminicídios por 100 mil mulheres, enquanto na Região Centro-Oeste, onde está localizado o estado de Goiás, o índice é ainda mais elevado, chegando a 1,87 por 100 mil mulheres.

Os números revelam que, apesar de campanhas, políticas de proteção e maior conscientização, a violência contra a mulher permanece uma realidade grave e persistente no país, muitas vezes com consequências irreversíveis.

Leia mais: Violência psicológica é desafio que requer rede de proteção à mulher