Suposto serial killer de Rio Verde enfrentará 3 júris nas próximas semanas
Rildo Soares dos Santos é acusado de 16 crimes em Goiás e na Bahia, incluindo feminicídios qualificados, estupros e ocultação de cadáver
O suposto serial killer Rildo Soares dos Santos, de 33 anos, enfrentará três júris populares consecutivos na próxima semana, em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. O primeiro julgamento está marcado para 10 de dezembro, às 9h, e diz respeito ao assassinato de Elisângela Silva de Souza, de 26 anos, morta em 11 de setembro deste ano enquanto seguia para o trabalho, no Bairro Popular.
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), Rildo responderá por homicídio triplamente qualificado, estupro, roubo majorado e ocultação de cadáver. O órgão ainda solicita ao Judiciário que seja fixada indenização de R$ 100 mil à família da vítima.
A investigação aponta que Elisângela foi abordada durante a madrugada, obrigada a entregar seus pertences e levada para um lote vago, onde teria sido estuprada e morta. Conforme o MP, o acusado tentou ocultar o corpo entre entulhos para dificultar a localização. O crime causou forte comoção no município e acelerou a atuação conjunta entre Polícia Civil e MPGO diante da suspeita de um padrão de violência extrema.
Suposto Serial killer responde por ao menos 16 crimes violentos
O caso de Elisângela é apenas um dos processos que o réu enfrentará. As autoridades apuram que o suposto serial killer pode estar ligado a 16 crimes cometidos entre Goiás e Bahia, incluindo feminicídios qualificados e estupros, alguns deles envolvendo vítimas vulneráveis, além de roubos e outros delitos graves.
A sequência de julgamentos reflete a complexidade e a gravidade dos crimes atribuídos ao acusado. Depois do júri do dia 10, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) já definiu mais duas datas:
- 15 de dezembro: julgamento pelo feminicídio de Monara Pires Gouveia de Moraes
- 16 de dezembro: julgamento pelo feminicídio de Alexania Hermogenes Carneiro
Rildo segue preso preventivamente, e a expectativa é de que os três júris atraiam atenção pela brutalidade e pelo impacto social dos casos.
Defesa alega garantia do devido processo legal
Em nota, a defesa de Rildo afirmou que sua atuação “não representa qualquer juízo de valor sobre os fatos”, mas sim o exercício constitucional de garantir o devido processo legal e o direito de defesa. Os advogados disseram ainda que confiam no trabalho do Judiciário e que os fatos serão esclarecidos em plenário.
“Ausência total de empatia”, diz delegado
O delegado Adelson Candeo, responsável pelas investigações em Rio Verde, descreve o suposto serial killer como alguém que demonstra comportamentos característicos de personalidades violentas e manipuladoras, sem apresentar sinais de doença mental incapacitante.
“Ouvi o Rildo várias vezes, acompanhei os casos, as oitivas e participei da prisão. Ele tem características psicológicas e comportamentais muito peculiares. Nos crimes praticados, especialmente os de Monara e Elisângela, há total ausência de empatia, de remorso. Uma completa falta de noção de dor ou sofrimento das vítimas”, afirmou o delegado.
Segundo Candeo, o conjunto dos elementos investigativos indica uma atuação “sem escrúpulos”, marcada por frieza e planejamento.
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