Jair Bolsonaro (PL) comunicou a aliados que Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tem o seu apoio para ser candidato à Presidência da República em 2026. Essa, é a primeira sinalização explícita do ex-presidente, preso em Brasília, sobre lançar o filho como seu nome principal para a disputa ao Planalto. A articulação já envolve governadores aliados e deve reorganizar as estratégias do PL para a corrida eleitoral.

Esse é um movimento decisivo no tabuleiro de 2026. Segundo interlocutores, o ex-presidente já mobiliza aliados para construir palanques nacionais para o ano eleitoral.  Segundo bastidores, Bolsonaro considera que Flávio tende a ampliar sua projeção política ao adotar postura pública de pré-candidato e intensificar compromissos pelo país, com agenda cheia.

Para o ex-chefe do Executivo, o senador tem potencial para consolidar a unidade interna do PL e já conta com respaldo de governadores alinhados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Cláudio Castro (PL-RJ). Segundo apurações, Tárcísio já foi comunicado.

“Quem o presidente @jairbolsonaro escolher, todos nós vamos abraçar a fazer campanha!”, postou o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), na tarde desta sexta-feira (5), nas redes sociais. 

A expectativa é que o parlamentar incremente viagens, participe de debates nacionais e assuma papel central na oposição ao governo Lula. Sua atuação, vista como mais moderada, tem sido interpretada pela própria família Bolsonaro como sinal de estabilidade para setores do empresariado e do meio político.

Nos bastidores do PL, dirigentes trabalham com a possibilidade de Michelle Bolsonaro concorrer ao Senado pelo Distrito Federal, enquanto a vaga de vice na eventual chapa de Flávio deve ser negociada com uma sigla do campo de centro.

Do lado governista, lideranças do PT articulam a manutenção de Geraldo Alckmin (PSB) como vice de Lula na campanha à reeleição em 2026.

O movimento ocorre após um desentendimento público entre Flávio e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que venceu uma disputa política sobre alianças no Ceará.

Atualmente Jair Bolsonaro está detido na carceragem da Polícia Federal (PF) após danificar sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda.