PT pode reavaliar candidatura em Goiás por Congresso e reeleição de Lula
Presidente do partido, Edinho Silva sinalizou que partido terá candidatos aos governos somente nos Estados com “viabilidade eleitoral e política”
A disputa pelo Governo de Goiás em 2026 já começa a redesenhar estratégias partidárias no Estado, e o PT avalia com cautela os próximos passos na corrida eleitoral. Diante da prioridade nacional de garantir a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ampliar suas bancadas no Congresso, a sigla ainda não bateu o martelo sobre lançar ou não candidatura própria ao Palácio das Esmeraldas.
Durante entrevista coletiva na última terça-feira (9), na sede nacional do partido em Brasília, o presidente da sigla, Edinho Silva, afirmou que o partido só lançará candidaturas aos governos estaduais onde houver viabilidade eleitoral e política. Nos demais estados, a estratégia será compor com outras candidaturas no “campo democrático”, com o objetivo de conter o avanço da extrema-direita.
A declaração tem impacto direto sobre a conjuntura do PT em Goiás. No Estado, a direção do partido ainda avalia se haverá candidatura própria ao Palácio das Esmeraldas em 2026. Recentemente, o nome do vereador por Goiânia Edward Madureira (PT) passou a ser ventilado como possível pré-candidato ao governo, mas o próprio parlamentar articula uma candidatura à Câmara dos Deputados.
Prioridade do PT
A prioridade do PT para 2026, segundo Edinho, é a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma eventual candidatura ao governo estadual teria, sobretudo, a função de garantir palanque para Lula em Goiás.
Atualmente, a deputada federal Adriana Accorsi (PT), presidente estadual do partido, aparece como o nome petista nas pesquisas para o Governo de Goiás. Levantamento da Paraná Pesquisas divulgado na última segunda-feira (8) mostrou Accorsi com 12,9% das intenções de voto, atrás do vice-governador Daniel Vilela (MDB), que aparece com 39,3%, e do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), com 24,4%.
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Na pesquisa espontânea, quando os nomes não são apresentados aos eleitores, Accorsi registra 0,6%, ficando atrás de Daniel Vilela, com 9,2%; Marconi Perillo, com 2,8%; e do senador Wilder Morais (PL), com 1,1%. No quesito rejeição, a deputada marca 24,4%, atrás apenas de Marconi, que aparece com 39,2%.
Apesar de ser hoje o principal expoente eleitoral do PT em Goiás, Accorsi já sinalizou que pretende disputar a reeleição para a Câmara dos Deputados. A avaliação é de que, se até mesmo a parlamentar enfrenta dificuldades em um cenário majoritário, outros nomes teriam ainda menos competitividade. Esse cenário pesa, inclusive, na decisão de Edward, que ficou próximo da eleição em 2022, quando obteve pouco mais de 54 mil votos, e agora mira uma vaga na bancada goiana em Brasília. O objetivo do PT em Goiás é eleger três deputados federais. Edward trabalha para se juntar a Accorsi e Rubens Otoni (PT).
Com a indefinição do PT e as ressalvas das figuras do partido sobre disputarem o governo estadual, a possibilidade de aliança com outros partidos está na mesa de negociações. Uma das possibilidades ventiladas há tempos é o partido apoiar o ex-governador José Eliton, que pode ser candidato pelo PSB. Uma aliança com o projeto de Marconi também esteve nos rumores políticos, porém, perdeu força nos últimos meses.