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terça-feira, 16 de dezembro de 2025
NEGÓCIOS

Demanda por inteligência artificial dispara e mercado sofre com falta de especialistas

Goiás lançou primeira graduação em Inteligência Artificial do Brasil

Otavio Augustopor Otavio Augusto em 16 de dezembro de 2025
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Desde 2019, a demanda por profissionais de inteligência artificial cresce 21% ao ano no mundo. Foto: Divulgação

A inteligência artificial deixou definitivamente o campo da experimentação para ocupar um lugar central nas estratégias empresariais. Em um cenário marcado pela digitalização acelerada e pela busca constante por eficiência, a escassez de profissionais qualificados em IA já é apontada como um dos principais gargalos para o crescimento dos negócios, no Brasil e no mundo. A disputa por talentos, os salários em alta e a dificuldade de implantar soluções avançadas revelam um mercado que cresce mais rápido do que consegue formar especialistas.

Levantamento da consultoria Bain & Company mostra que, desde 2019, a demanda por profissionais de inteligência artificial cresce cerca de 21% ao ano, ritmo muito superior à capacidade de formação do mercado. O desequilíbrio entre oferta e procura provocou uma valorização salarial média de 11% no período e tem impactado diretamente o ritmo de inovação das empresas, que enfrentam dificuldades para estruturar equipes capazes de lidar com dados, algoritmos e sistemas inteligentes.

Inteligência artificial no centro das decisões empresariais

A IA deixou de ser um diferencial tecnológico para se tornar infraestrutura estratégica dos negócios. Hoje, está presente em áreas como análise de crédito, logística, marketing personalizado, previsão de demanda, automação industrial, saúde, agronegócio e segurança da informação. Empresas que utilizam dados e algoritmos de forma estruturada conseguem ganhos expressivos de produtividade, redução de custos e maior precisão na tomada de decisões.

No entanto, esse avanço exige profissionais que dominem modelagem de dados, estatística, machine learning, mineração de informações e inteligência computacional, além de compreenderem o impacto dessas soluções nos processos organizacionais. O mercado busca perfis que consigam integrar tecnologia à estratégia, indo além da simples operação de ferramentas.

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A Universidade Federal de Goiás criou, em 2019, o primeiro curso de graduação em Inteligência Artificial. Foto: Divulgação

Falta de profissionais pressiona salários e projetos

A escassez de mão de obra especializada em IA já se reflete em diversos setores da economia. Empresas competem por cientistas de dados e engenheiros de machine learning, elevando salários e benefícios. Ao mesmo tempo, projetos estratégicos acabam sendo adiados ou redimensionados por falta de equipes qualificadas, o que afeta diretamente a capacidade de inovação e crescimento.

Esse cenário também amplia desigualdades regionais, já que companhias fora dos grandes centros enfrentam maior dificuldade para atrair talentos. Como resposta, cresce o investimento em requalificação interna e parcerias com instituições de ensino, mas especialistas apontam que a formação estruturada desde a graduação é fundamental para atender à demanda de médio e longo prazo.

Leia também: Brasil bate recorde com 4,6 milhões de novas empresas abertas em 2025

Formação acadêmica acompanha a transformação digital

Atentas a essa mudança estrutural, universidades brasileiras passaram a reformular currículos e criar graduações específicas voltadas à inteligência artificial e à ciência de dados. Um marco desse movimento foi a criação, pela Universidade Federal de Goiás (UFG), do primeiro curso de graduação em Inteligência Artificial do Brasil, iniciativa que simboliza a adaptação do ensino superior às exigências do mercado digital.

A proposta desses cursos é oferecer uma formação que vá além do modelo tradicional, no qual a IA aparece apenas como disciplina isolada. A ênfase recai sobre o domínio técnico, a prática aplicada e a capacidade de desenvolver soluções baseadas em dados para problemas reais enfrentados pelas organizações.

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O avanço da inteligência artificial transformou dados em ativo estratégico . Foto: Divulgação

Ética, legislação e responsabilidade no uso da IA

Outro ponto cada vez mais valorizado pelo mercado é a responsabilidade no uso da inteligência artificial. Questões ligadas à privacidade de dados, vieses algorítmicos e conformidade legal passaram a integrar a agenda das empresas, especialmente após o avanço de legislações de proteção de dados.

Nesse contexto, profissionais capazes de compreender não apenas a tecnologia, mas também seus limites éticos e jurídicos, ganham destaque. A IA deixou de ser apenas um tema técnico para se tornar uma questão estratégica e institucional dentro das organizações.

Centro-Oeste e o impacto econômico da formação em IA

No Centro-Oeste, a formação de profissionais em inteligência artificial tem potencial para impulsionar o desenvolvimento regional, fortalecer ecossistemas de inovação e modernizar setores tradicionais da economia, como o agronegócio, a indústria e os serviços. Regiões que conseguem formar e reter talentos tecnológicos atraem investimentos e ampliam sua competitividade.

Mais do que uma tendência, a inteligência artificial se consolidou como motor de transformação dos negócios. Para as empresas, o desafio já não é decidir se vão adotar IA, mas como garantir pessoas qualificadas para liderar essa transformação. Para o mercado, a mensagem é clara: investir na formação de talentos em inteligência artificial deixou de ser opcional e passou a ser uma estratégia essencial de crescimento.

 

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