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quarta-feira, 17 de dezembro de 2025
Câmara de Goiânia

Base de Mabel protege ex-titular da Seinfra e diretor legislativo da Câmara na CEI da Limpa Gyn

Parlamentares criticaram a oitiva do ex-chefe da pasta de Infraestrutura, Denes Pereira, que aconteceu via formulário respondido por e-mail

Thiago Borgespor Thiago Borges em 17 de dezembro de 2025
Depoimento virtual de ex-secretário da Seinfra gera críticas na CEI da Limpa Gyn 
Foto: Thiago Borges/O HOJE

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Limpa Gyn apresentou as respostas do ex-secretário de Infraestrutura (Seinfra), Denes Pereira, na reunião do colegiado na última terça-feira (16), na Câmara Municipal de Goiânia. Ao contrário de todos os servidores municipais, dos executivos da Limpa Gyn e dos membros de cooperativas ouvidos pelo colegiado, a oitiva de Denes aconteceu virtualmente, com envio das respostas por e-mail — o que gerou críticas de alguns vereadores que compõem a CEI. 

As respostas de Denes foram lidas pelo relator da CEI, o vereador Willian Veloso (PL). No documento, Pereira afirmou que “não possuía atribuição de elaboração, condução e/ou revisão do edital” enquanto secretário, e que tais funções estão sob controle da Secretaria Municipal de Administração (Semad). 

Além disso, o ex-secretário garantiu que a contratação de uma empresa para prestação dos serviços de coleta de lixo foi uma demanda da Superintendência de Obras e Serviços de Infraestrutura Urbana. 

Ao todo foram 16 perguntas feitas a Denes. O ex-secretário negou “qualquer relação pessoal, profissional ou comercial” com o representante da Limpa Gyn, Marcelo Passos Martins, e qualquer reunião com representantes das empresas que compõem o consórcio antes da conclusão da licitação.

Críticas à oitiva virtual

Após a apresentação das respostas do ex-secretário, os vereadores Fabrício Rosa (PT), Sanches da Federal (PP) e Aava Santiago (PSDB) criticaram a oitiva virtual de Denes. 

“Muito me estranhou essas autoridades estarem sendo ouvidas por escrito. Um dos pontos é que isso não foi deliberado coletivamente. Eu estou acostumado a perder coletivamente. Pedir e perder coletivamente, para mim, faz parte do processo democrático. O fato de sermos comunicados apenas por um grupo de Whatsapp ou pela imprensa sobre uma deliberação tão importante nos deixa bastante constrangidos”, afirmou Rosa. 

Além de Pereira, o ex-procurador-geral do município, José Carlos Issy, também foi questionado via formulário. O petista classificou a medida como um “privilégio desmedido”.

Já Aava afirmou que “boa parte” das respostas de Denes “estão no limiar entre a indiferença e o cinismo”. “Em vários momentos as respostas trazem uma série de números, colocando um embaraço para que os vereadores não acessem as respostas de perguntas relativamente simples”, destacou a tucana. 

Sanches ressaltou que havia um requerimento de Rosa que solicitava a presença dos responsáveis pelo contrato e um de Aava que pedia a presença de Pereira para uma oitiva presencial. 

O presidente da CEI, vereador Welton Lemos (Solidariedade), afirmou que as oitivas virtuais ocorreram devido ao prazo para que o colegiado finalize os trabalhos, que se encerra na próxima segunda-feira (22). O vereador ainda ressaltou que comunicou todos os membros do colegiado sobre a decisão de ouvir Denes e Issy virtualmente e que apenas Aava, Fabrício e Sanches discordaram da decisão. 

Em conversa com a imprensa, o presidente do colegiado destacou que a CEI já tinha as informações necessárias com ou sem o depoimento de Denes. “Nós só estamos ouvindo ele de forma escrita para que depois não haja nenhum questionamento nesse sentido”, afirmou o vereador. Vale ressaltar que Denes Pereira é presidente estadual do Solidariedade, partido em que Lemos é filiado. 

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Pedido de prorrogação

Ao final da reunião, Lemos colocou em votação um requerimento de Rosa, que solicitava a prorrogação da CEI para que houvesse tempo hábil para a convocação presencial dos ex-gestores envolvidos no processo licitatório, a oitiva dos responsáveis pelas empresas não vencedoras do certame e informações detalhadas sobre os lucros distribuídos às empresas consorciadas e a seus sócios. 

No entanto, o ofício de Fabrício foi rejeitado por unanimidade pelos vereadores presentes no momento da votação: Juarez Lopes (PDT), Pedro Azulão Jr (MDB) e Veloso. Os demais parlamentares já haviam deixado a reunião. 

Fim da CEI

O presidente da CEI convocou uma sessão extraordinária do colegiado para a próxima sexta-feira (19), às 9h. Na reunião, que será a última da comissão, o relatório final sobre a investigação do contrato do consórcio Limpa Gyn com a Prefeitura de Goiânia será apresentado. 

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