O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

quarta-feira, 17 de dezembro de 2025
Lula

“Hora de mostrar quem é quem nesse país”: diz Lula, sobre embate político de 2026

Em reunião ministerial, presidente defende legado do governo e projeta disputa decisiva nas urnas, afirmando que será a ‘hora da verdade’

Paula Costapor Paula Costa em 17 de dezembro de 2025
Lula
“2026 será a hora da verdade.” Foi com esse recado direto que o presidente Lula (PT) encerrou o ano político ao afirmar que as próximas eleições vão colocar projetos frente a frente e obrigar partidos e lideranças a se posicionarem. Crédito: Agência Brasil.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (17), durante a última reunião ministerial de 2025, que as eleições de 2026 representarão a “hora da verdade” para o governo e para os partidos políticos. O encontro ocorreu na Granja do Torto, residência oficial da Presidência da República, e marcou o encerramento da agenda ministerial do ano, com balanço da gestão e definição de prioridades para o próximo ciclo político.

Ao abrir a reunião, Lula sustentou que o processo eleitoral exigirá que o governo apresente à população os resultados concretos da administração federal, enquanto as legendas políticas precisarão assumir posições claras diante do eleitorado. Segundo o presidente, o pleito será decisivo para que a sociedade compare o cenário herdado em 2023 com os avanços obtidos ao longo do atual mandato.

“Nós aprovamos a questão da reforma tributária na Câmara, que foi aprovada. Hoje, acho que vai para o Senado para ser votada e acho que vai ser aprovada. Nós aprovamos a questão do Imposto de Renda. Ou seja, tudo aquilo que, teoricamente, os analistas políticos achavam impossível acontecer em um governo que tinha menos de 120 deputados numa Câmara de 513, e num governo que tinha 14 ou 15 senadores num Senado de 81, aconteceu”, afirmou Lula.

O chefe do Executivo ressaltou que a gestão encerra o ano em um contexto que considera favorável, apesar de avaliar que os indicadores positivos ainda não se refletem plenamente nas pesquisas de opinião. Para Lula, a forte polarização política dificulta mudanças de percepção, criando um ambiente de rivalidade semelhante a disputas esportivas, no qual eleitores tendem a manter posições fixas até momentos decisivos, como as eleições.

“O dado concreto é que o ano eleitoral vai ser o ano da verdade. Ou seja, nós temos que criar a ideia da ‘hora da verdade’. Para mostrar quem é quem nesse país, quem faz o quê nesse país”, disse o presidente, chamando o momento como um divisor de águas da política brasileira. “Queremos saber  qual foi a mudança que houve na economia, na educação, na saúde, no transporte, nas políticas de inclusão social, na igualdade racial, na mulher, nos indígenas, nos quilombolas. O que aconteceu na verdade?”, questiona Lula, elevando o tom e antecipando o embate de 2026.

Lula
Em reunião ministerial, o chefe do Planalto defendeu os resultados do governo, destacou avanços econômicos e sociais e reforçou que o eleitor terá nas mãos a decisão sobre o rumo do país. Crédito: Agência Brasil.

Durante a reunião, o presidente também reforçou a importância do diálogo institucional como ferramenta de governabilidade. Ele citou a relação com o Congresso Nacional como essencial para a aprovação de pautas estratégicas, destacando conquistas legislativas como o avanço da reforma tributária e mudanças no Imposto de Renda, mesmo com uma base parlamentar minoritária no início do mandato.

Lula ainda mencionou conversas recentes com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para exemplificar sua defesa da negociação política e diplomática. Segundo ele, o diálogo é sempre mais eficiente e menos custoso do que o confronto, princípio que, na avaliação do Planalto, tem orientado a articulação interna e externa do governo. “Se a gente acreditar no poder do argumento, no poder da palavra, a gente evita muita confusão na vida dos países. E assim nós conseguimos terminar o ano numa situação amplamente favorável”, garantiu o presidente.

O encontro ministerial incluiu uma avaliação dos três anos de gestão e a projeção de ações para 2026, ano em que parte dos ministros deve deixar o cargo para disputar as eleições. Nesse contexto, Lula enfatizou que o próximo período exigirá engajamento direto de cada integrante do governo e dos partidos aliados, que precisarão definir publicamente seus discursos e alianças.

Ao tratar da agenda econômica, o presidente destacou o papel dos bancos públicos na retomada do investimento e defendeu que a circulação de renda é o principal motor para impulsionar consumo, indústria, agricultura e controle inflacionário. Para ele, políticas que ampliam o poder de compra da população têm impacto direto na estabilidade macroeconômica e na redução das desigualdades.

Lula também afirmou que a atual gestão promoveu a reconstrução de políticas públicas e o resgate da população mais vulnerável, apontando avanços nas áreas social, educacional, de saúde e inclusão. Segundo o presidente, um dos desafios centrais para 2026 será consolidar uma narrativa capaz de comunicar esses resultados de forma mais efetiva à sociedade.

Encerrando o discurso, o petista reiterou que o processo eleitoral será decisivo para que o eleitorado escolha o modelo de país que deseja, avaliando as transformações ocorridas desde o início do governo. Para Lula, o próximo ano será inevitavelmente marcado por definições políticas claras e pelo confronto entre projetos distintos para o Brasil. “A verdade nua e crua é que nós acabamos com a invisibilidade do povo pobre desse país. Nós acabamos com a invisibilidade de um povo que só era reconhecido em época de eleição”, finalizou.

Veja também