Risco cardiovascular avança entre homens jovens antes dos 30
Dados indicam antecipação de problemas cardíacos ligados ao estilo de vida
Homens entre 20 e 30 anos passaram a apresentar risco cardiovascular em níveis que, até recentemente, eram mais frequentes a partir dos 40 anos. Levantamentos do National Health and Nutrition Examination Survey indicam que, entre adultos de 18 a 39 anos, 7,3% já têm hipertensão e 8,8% apresentam colesterol alto. Outros 26,9% possuem pressão arterial elevada e 21,6% têm colesterol em faixa limítrofe, muitas vezes sem diagnóstico formal.
Os dados apontam para uma mudança no perfil etário das doenças cardiovasculares, com sinais cada vez mais precoces de alteração metabólica e vascular. A antecipação desses fatores amplia o risco cardiovascular ao longo da vida adulta.
Risco cardiovascular deixa de ser restrito à meia-idade
A presença de hipertensão, dislipidemia e pré-diabetes em adultos jovens passou a ser observada com maior frequência em diferentes países. Estudos internacionais mostram que quase um quinto dos jovens adultos já apresenta pelo menos um desses fatores de risco, enquanto uma parcela significativa está acima do peso ou fisicamente inativa.
Esse cenário reforça que o risco cardiovascular não está mais concentrado apenas em faixas etárias mais avançadas, mas começa a se estabelecer ainda na juventude, de forma silenciosa e progressiva.

Estilo de vida acelera o envelhecimento do coração
O avanço do risco cardiovascular entre jovens está associado a padrões de comportamento cada vez mais comuns, como sedentarismo, alimentação baseada em produtos ultraprocessados, jornadas prolongadas de trabalho, privação do sono e consumo frequente de estimulantes.
Também são apontados como fatores relevantes o abuso de álcool, o uso de substâncias estimulantes para melhorar desempenho físico ou cognitivo, o consumo de anabolizantes e a dependência excessiva de telas. Esses hábitos contribuem para inflamação vascular, aumento da pressão arterial, alterações do colesterol e maior propensão a arritmias, criando um ambiente favorável ao surgimento precoce de doenças cardíacas.
O conjunto desses fatores faz com que o organismo apresente sinais de envelhecimento cardiovascular antes do esperado, ampliando o risco cardiovascular mesmo na ausência de sintomas evidentes.

Prevenção exige diagnóstico precoce
A identificação precoce do risco cardiovascular depende de avaliações regulares, como aferição da pressão arterial, exames laboratoriais de colesterol e outros marcadores metabólicos. A ausência de sintomas não elimina a presença de alterações que podem evoluir ao longo dos anos.
Medidas preventivas incluem alimentação baseada em alimentos naturais, prática regular de atividade física, manutenção do peso adequado, sono de qualidade e redução do consumo de álcool e substâncias estimulantes. A adoção desses hábitos pode reduzir ou postergar o aparecimento de doenças cardiovasculares.
Pesquisas apontam que a falta de acompanhamento médico na juventude contribui para diagnósticos tardios, quando o risco cardiovascular já está estabelecido e associado a maior probabilidade de eventos como infarto e acidente vascular cerebral ao longo da vida.
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