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domingo, 21 de dezembro de 2025
Saúde

Terapia CAR-T nacional alcança até 72% de remissão em pacientes com câncer

A CAR-T ainda tem uso restrito no país devido ao alto custo e à dependência de produtos importados

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 21 de dezembro de 2025
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Terapia CAR-T nacional alcança até 72% de remissão em pacientes com câncer. | Foto: Reprodução/Freepik

Um estudo conduzido pelo Hospital Israelita Albert Einstein, com apoio do PROADI–SUS e financiamento do Ministério da Saúde, trouxe resultados inéditos para a oncologia brasileira ao apresentar os primeiros dados nacionais sobre a terapia com células CAR-T aprovada pela Anvisa. A pesquisa demonstra a eficácia da produção e aplicação da tecnologia em território nacional para o tratamento de cânceres do sangue.

Considerada uma das terapias mais avançadas contra tumores hematológicos, a CAR-T ainda tem uso restrito no país devido ao alto custo e à dependência de produtos importados. O projeto brasileiro buscou justamente contornar essas barreiras ao desenvolver a terapia localmente, reduzindo despesas e encurtando o tempo entre a indicação médica e o início do tratamento. Segundo os pesquisadores, a iniciativa amplia as possibilidades de incorporação da tecnologia ao Sistema Único de Saúde (SUS). Os resultados foram publicados na revista científica Blood.

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A terapia usando CAR-T foi produzida e administrada no Brasil em 11 pacientes. | Foto: Reprodução/Freepik

Entre 2023 e 2024, a terapia foi produzida e administrada no Brasil em 11 pacientes, com idades entre 9 e 69 anos, todos com cânceres hematológicos avançados e sem resposta às terapias convencionais. O tratamento é indicado para doenças como leucemia linfoblástica aguda de células B, linfoma não Hodgkin e leucemia linfóide crônica.

De acordo com os dados do estudo, 81% dos pacientes apresentaram resposta ao tratamento e 72% alcançaram remissão completa. O trabalho foi realizado em parceria com o Ministério da Saúde, responsável pelo financiamento da pesquisa.

O coordenador do estudo afirma que novas frentes de investigação já estão em andamento para ampliar o uso da terapia, tanto em outros cânceres hematológicos quanto em tumores sólidos. Nesse campo, os desafios são maiores, devido a fatores como o microambiente tumoral e a diversidade de antígenos, mas já existem estudos em desenvolvimento envolvendo câncer de pulmão, gliomas e tumores pediátricos. A segunda fase da pesquisa deve ser concluída e divulgada entre 2026 e 2027.

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