Rússia não vê melhora em proposta de acordo de paz
Kremlin diz que propostas europeias e de Kiev não ampliam chances reais de acordo de paz duradouro
Três anos após o início da guerra na Ucrânia, as negociações para um possível cessar-fogo seguem marcadas por desconfiança e impasses diplomáticos. Em meio a articulações conduzidas pelos Estados Unidos, a Rússia voltou a sinalizar ceticismo quanto à viabilidade de um acordo de paz, atribuindo à atuação de países europeus e de Kiev parte do bloqueio nas conversas.
Neste domingo (21), o principal assessor de política externa da Rússia, Yuri Ushakov, afirmou que os ajustes defendidos por europeus e ucranianos não melhoram as perspectivas de paz. Segundo ele, as propostas não aumentam a possibilidade de um acordo duradouro, embora tenha dito que ainda não teve acesso às versões finais por escrito. “Tenho certeza de que as propostas que os europeus e ucranianos fizeram ou estão tentando fazer definitivamente não melhoram o documento e não aumentam a possibilidade de alcançar uma paz duradoura”, afirmou.

As declarações ocorrem após, no sábado (20), o enviado especial do presidente russo Vladimir Putin, Kirill Dmitriev, ter se encontrado na Flórida com o enviado norte-americano Steve Witkoff e com Jared Kushner.
Ainda, no sábado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a Ucrânia apoiaria uma proposta dos EUA para negociações trilaterais com Washington e a Rússia, caso isso facilitasse trocas de prisioneiros e abrisse caminho para encontros entre líderes. Ushakov respondeu que essa possibilidade não foi seriamente discutida e não está sendo trabalhada.
Rússia vê Europa como obstáculo para acordo
A Rússia acusa líderes europeus de tentar inviabilizar as negociações ao apresentar condições que considera inaceitáveis. Já a Ucrânia e países europeus afirmam que não se pode permitir que Moscou consolide avanços territoriais obtidos durante a guerra.
Versões preliminares do plano, divulgadas no mês passado, provocaram reação imediata na Europa e em Kiev. Governos europeus e autoridades ucranianas avaliaram que o conteúdo poderia favorecer a Rússia e abrir espaço para pressões sobre a Ucrânia para aceitar concessões.