Coluna

Estado e municípios devem bancar rombo do transporte coletivo

Publicado por: Sheyla Sousa | Postado em: 25 de abril de 2020

Representantes de prefeituras da Região Metropolitana de
Goiânia, Governo Estadual, Tribunal de Justiça, empresas de ônibus e a CMTC
deverão definir, em reunião nesta segunda-feira (27), os detalhes para execução
de proposta que busca compensar os prejuízos do sistema de transporte coletivo.
A ideia foi apresentada na última semana por empresários e a Companhia
Metropolitana de Transportes Coletivos ao governador Ronaldo Caiado (DEM), mas
ainda falta definir a fatia que cada município e o estado devem pagar. Segundo
o estudo, a obrigação de que ônibus circulem apenas com a capacidade para
passageiros sentados e a manutenção da frota nas ruas resulta em arrecadação
que sequer é suficiente para bancar os custos de combustível dos veículos. As
perdas devem demandar repasse de R$ 80 milhões até outubro e a divisão da conta
é a última etapa da negociação.

Impacto

O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano (SET)
aponta que, diante dos impactos da pandemia, as concessionárias reduziram as
despesas em 20%, mas a queda na receita varia de 50% a 60%.

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Tem base?

Os empresários têm decisão liminar em mãos e apontam que o
contrato de concessão prevê que o poder público deve apresentar medidas para
equilibrar a operação, diante de situação de emergência, como a atual pandemia.

Número

A CMTC mantém fiscalização sobre o número de ônibus nas
ruas, mesmo depois da liminar obtida pelas empresas, e aponta não haver
retirada de veículos de circulação.

Ocupação

A Secretaria Estadual de Saúde registra lotação de 84% dos
leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais públicos de
referência em Goiás. Já nos leitos gerais, de atendimento comum, o nível é de
36%.

Estrutura dedicada

Já os leitos de UTI dedicados exclusivamente ao atendimento
de pacientes com coronavírus registram ocupação de apenas 20%, índice pouco
abaixo da lotação das estruturas comuns (22%).

Calma lá

O secretário Ismael Alexandrino aponta, no entanto, que a
preocupação é permanente. “O que se tem registrado é que quando os casos
disparam, em dois ou três dias as lotações chegam perto do máximo”, afirma.

Aliado

Mais novo representante da base bolsonarista em Goiás, o
senador Vanderlan Cardoso (PSD) fez questão de tentar normalizar a situação de
crise nas redes sociais.

Vida que segue

“Lamentamos a saída de um ministro da estatura de Sérgio
Moro. Que tenha sucesso em sua nova caminhada e que o presidente Jair Bolsonaro
escolha um substituto a altura. Nosso Brasil não vai parar. Vamos seguir em
frente”, tuitou o senador.

CURTAS

– Diante da queda no índice de isolamento social, ganha
força no governo estadual a tese de novo decreto para “fechar tudo”.

– A possibilidade foi considerada por Caiado, mas não há prazo
definido para uma nova revisão das medidas de restrição.

– A Câmara Municipal suspendeu atividades na próxima semana
e estabeleceu início da volta gradual para dia 2 de maio.