Iris com Caiado afasta a ascensão de Maguito Vilela

Publicado por: Venceslau Pimentel | Postado em: 07 de julho de 2019

Decorridos menos de seis meses
em que os novos ‘donos
do poder’ foram
empossados em seus respectivos cargos,
percebe-se uma movimentação atípica, como um ponto fora
da curva, de alguns
personagens trocando de siglas. Normalmente essas mudanças partidárias ocorrem em véspera de eleições majoritárias e mesmo que as eleições
municipais ocorram
daqui um ano, as articulações começam
a tomar forma.
Como nada em política é fruto do acaso, mas sim
das circunstâncias, não
causa nenhum frisson
a ameaça do presidente da Câmara de Vereadores de Goiânia, Romário
Policarpo, em deixar
o Pros. A avaliação é que o ex-senador e atual secretário de Indústria e Comércio, Wilder
Morais por enquanto no Democratas -,
teria alinhado com o presidente nacional do partido,
Eurípedes Júnior, para ser o candidato a prefeito da legenda em Goiânia.

Sensível e atento, como de costume,
aos personagens que ensaiam se apresentar ao eleitor
em 2020, o prefeito Iris
Rezende (MDB) entra
em cena sendo
ele mesmo: agindo
com mistério sobre possível
candidatura à reeleição. E embora o emedebista pondere
sobre a disputa,
quem jura que o ‘senhor
do tempo político’ está candidatíssimo. A receita de Iris parece
ser a mesma: abrir
investimentos em infraestrutura nos dois últimos
anos de gestão
e se esforçar para melhorar
a aparência da cidade. Mesmo
que Iris não seja candidato, trabalha para ser o
principal protagonista na eleição de seu sucessor.

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E é por causa
disso que o governador Ronaldo
Caiado (Democratas) sinaliza
uma parceria com o município. Após críticas do presidente do diretório estadual
do MDB, Daniel
Vilela, sobre falta
de empenho
do Governo em cumprir com projetos importantes, Caiado decidiu colocar
à venda um terreno nas proximidades da Rua 44 e destinar
recursos para a construção do BRT.
Apesar de esse acordo ter começado na gestão do ex-governador José Eliton (PSDB),
o aceno de Ronaldo
Caiado é visto
como uma estratégia de afastar o adversário declarado, Maguito
Vilela que apesar de inelegível, pode propor outro
nome para a cadeira. A possibilidade de Daniel Vilela encampar a disputa é pouca, mas ainda é cedo para
cravar uma decisão.

Seja como for, o relacionamento mais próximo entre os chefes
do Executivo municipal
e estadual parece ser a continuidade das eleições de 2018, quando
Iris pregava uma aliança
entre Daniel e Caiado que saiu
vitorioso no primeiro
turno. Iris não abraçou a campanha de Daniel e parecia confortável com a ascensão
do democrata ao Palácio das Esmeraldas.

Diante desse cenário paroquial, surge uma pergunta
singela: o que muda no desenho político de 2022 caso Iris Rezende não dispute a reeleição? A resposta é mais complicada do que se
imagina, começando
pelo fato de que a ‘tradição’ do eleitor goiano é nunca votar com o
candidato apoiado pelo Governo. Outro fator que pode dinamitar
esta aliança Iris/Caiado é o desgaste do governador junto aos funcionários públicos, categoria orgânica
e aguerrida quando tem seus pleitos
contrariados. E, para
escurecer o tempo,
Caiado não tem nada a oferecer ao discurso de otimismo, que passa
o tempo todo
falando em crise.



Assim, o futuro aparece como uma luz para as novas lideranças que, em um momento de transição política, vão se apresentar como
uma nova possibilidade e, quem sabe,
receber atenção do eleitorado.