Lucro da Saneago cresce 41% até setembro e investimento sobe 3,4%

Publicado por: Lauro Veiga Filho | Postado em: 14 de novembro de 2023

O resultado líquido da Saneamento de Goiás S.A. (Saneago) no terceiro trimestre deste ano experimentou alta de 25,39% em relação aos mesmos três meses do ano passado, avançando de R$ 138,566 milhões para R$ 173,746 milhões – lucro quase 69% mais elevado do que aquele anotado no segundo trimestre deste ano, na faixa de R$ 102,824 milhões. Combinando as altas registradas no primeiro e no terceiro trimestres deste ano, o lucro líquido da concessionária avançou 41,08% nos primeiros nove meses deste ano em relação a igual período de 2022, crescendo de R$ 287,993 milhões para R$ 406,310 milhões.Os números vieram favorecidos por fatores não recorrentes, a exemplo da reversão da ação judicial movida pelo município de Minaçu contra a companhia, que ajudou a incrementar o lucro no primeiro trimestre em R$ 75,123 milhões ou praticamente 57,9% do ganho do período. A empresa aponta ainda a contribuição dos custos mais baixos com energia, numa redução de R$ 27,095 milhões entre janeiro e setembro deste ano, assim como o incremento de 8,55% na receita líquida, num ganho de R$ 176,509 milhões igualmente nos nove meses iniciais deste ano. O desempenho das receitas foi impulsionado pelo reajuste de 7,02% na tarifa média cobrada pela empresa, em vigor desde 1º de abril deste ano e ainda pela expansão de 2,10% no número de unidades de consumo de água e de 6,09% no caso do sistema de esgoto.Embora o investimento tenha fechado o acumulado entre janeiro e setembro deste ano em crescimento na comparação com igual período do ano passado, os valores investidos têm apresentado oscilações trimestre e trimestre, na comparação anual. Nos primeiros três meses deste ano, a Saneago havia imprimido um salto de 51,02% no total investido, com o crescimento perdendo fôlego no trimestre seguinte, chegando a 10,51%. No terceiro trimestre, ainda que o valor tenha avançado 5,93% em relação ao trimestre imediatamente anterior, registrou-se queda de 23,07% diante do terceiro trimestre do ano passado. O investimento realizado entre julho e setembro deste ano aproximou-se de R$ 202,396 milhões, frente a R$ 263,107 milhões em igual trimestre de 2022.OscilaçõesNos primeiros nove meses deste ano, de toda forma, a empresa destinou R$ 581,255 milhões a investimentos, numa variação nominal de 3,37% em relação a R$ 560,352 milhões nos três primeiros trimestres de 2022. Os sistemas de água concentraram o maior valor, recebendo 35,47% do total frente a uma participação de 23,85% no acumulado entre janeiro e setembro do ano passado. Nesta área, a empresa chegou a investir R$ 206,169 milhões até setembro deste ano, o que correspondeu a um salto de 54,29% em comparação com R$ 133,626 milhões investidos nos mesmos nove meses do ano passado. As redes de esgoto tiveram o investimento reduzido em quase um terço, de R$ 73,128 milhões para R$ 49,029 milhões (R$ 24,099 milhões a menos, numa queda de 32,95%).Balanço

  • Quase metade da redução observada ao longo do período ocorreu no terceiro trimestre deste ano, quando o sistema de esgotamento sanitário recebeu investimentos de R$ 28,227 milhões, em torno de 28,45% abaixo dos R$ 39,449 milhões investidos no terceiro trimestre de 2022 (menos R$ 11,222 milhões).As parcerias estratégicas estabelecidas entre a Saneago e o setor privado, nos termos da Lei Estadual 21.028, de 22 de junho de 2021, resultaram em investimentos de R$ 221,533 milhões nos nove meses iniciais deste ano, numa redução de 16,47% em relação aos R$ 265,200 milhões investidos em 2022. Neste ano, os recursos foram destinados à expansão dos serviços de esgoto em Rio Verde, Aparecida de Goiânia, Trindade e Jataí, em licitação vencida pela BRK Ambiental Goiás S.A., que responderá pela operação daqueles subsistemas.Os demais investimentos, incluindo licenciamento de softwares, máquinas, tratores, equipamentos, móveis e outros materiais, além de arrendamento de veículos, saíram de R$ 88,398 milhões para R$ 104,524 milhões, subindo 18,24% (mais R$ 16,126 milhões). Apenas o arrendamento de carros exigiu R$ 46,002 milhões, desembolsados nos dois primeiros trimestres do ano, respondendo por 44,01% dos investimentos agrupados como “outros” no detalhamento divulgado pela companhia.Ao longo dos nove primeiros meses deste ano, a receita líquida da Saneago atingiu algo próximo de R$ 2,242 bilhões, em alta de 8,55% frente ao faturamento líquido de R$ 2,065 bilhões acumulado em idêntico período do ano passado. A receita ficou virtualmente dentro da meta estabelecida, ao redor de R$ 2,243 bilhões, enquanto custos e despesas totais estacionaram em níveis ligeiramente abaixo do esperado, numa diferença a menor de 1,12%.Naquela conta, os desencaixes variaram de R$ 1,653 bilhão entre janeiro e setembro do ano passado para R$ 1,660 bilhão, numa variação de apenas 0,43%, explicado pela queda de 13,39% nos gastos com energia elétrica (de R$ 202,365 milhões para R$ 175,270 milhões) e pelo tombo de 41,30% nas despesas gerais (de R$ 46,836 milhões para R$ 27,493 milhões).Com o ganho na ponta das receitas, o resultado antes de impostos, juros, depreciação e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) aumentou praticamente 40%, passando de R$ 501,631 milhões para R$ 697,027 milhões. Ajustado, com exclusão de provisões, reversões, perdas e recuperação de créditos contábeis sem efeito caixa, o Ebitda subiu 19,05%, de R$ 634,625 milhões para R$ 755,519 milhões, passando a corresponder a 33,70% do faturamento líquido, o que se compara com 30,73% no ano passado.O salto de 39,45% no volume de recursos em caixa e aplicações financeiras, reforçadas pela captação em agosto de R$ 300,0 milhões com a 11ª rodada de emissão de debêntures pela companhia, ajudou a derrubar a dívida líquida de R$ 370,914 milhões em setembro do ano passado para R$ 194,257 milhões na mesma posição neste ano, numa redução de 47,63%. Comparada ao Ebitda ajustado, a dívida líquida passou a expressar um indicador de alavancagem pouco inferior a 0,26 – mais claramente, o saldo líquido da dívida em setembro correspondia a virtualmente um quarto da geração ajustada de caixa da companhia, expresso pelo Ebitda.