Lula pula do purgatório na Câmara para caldeirão do Diabo no Senado

Desde o início de seu governo que o presidente Lula vive um cabo de guerra com o Congresso, principalmente na Câmara Federal. Ao contrário de seus dois mandatos anteriores, quando ele teve o Congresso nas mãos, agora o cenário já não é tão amistoso, ainda mais com um perfil majoritariamente conservador. Neste terceiro mandato, o presidente tem comido “o pão que o diabo amassou” com o Centrão na Câmara Federal. Mas como diziam os antigos: o tempo cura tudo, até o queijo. Nada como uma boa conversa tipo “toma lá dá cá” para amolecer corações resistentes. Depois de muitas idas e vindas com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), representante mor do Centrão, Lula cedeu parte das joias do primeiro escalão do governo, ou seja, os cargos ocupados por mulheres indicadas na sua cota pessoal. O custo político para Lula não foi pequeno, afinal, cortou na própria carne, mas acredita-se que os sobressaltos nas votações na Câmara tendem a ser bem mais favoráveis ao governo. No entanto, ao sair do purgatório da Câmara, Lula pula direto no caldeirão do Diabo no Senado. É que as excelências da Casa Revisora não estão nada felizes com o presidente Lula. Acontece que, ao ceder às pressões da Câmara por mais espaço no governo, atiçou a cobiça dos senadores. Eles viram uma oportunidade para abocanhar também um naco do poder utilizando a mesma estratégia. O recado foi dado com a derrota em plenário do indicado do governo, Igor Roque, para a Defensoria Pública da União (DPU). A pergunta que fica no ar é: o que o presidente Lula tem para oferecer ao Centrão do Senado?

Governo e FPA buscam acordo

Depois do terremoto provocado pela participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), na terça-feira (24), para lançar a frente parlamentar “Invasão Zero”, o governo procura o agro. É que o Palácio do Planalto quer aproveitar a divisão da FPA por conta do episódio Bolsonaro e negociar um acordo para evitar que o veto do presidente Lula ao marco temporal não seja derrubado pelo Congresso.

Alerta vermelho

O Senado não engoliu o veto do presidente Lula e os senadores aproveitaram para dar o troco. A fim de evitar uma derrota anunciada ao veto do presidente, Randolfe Rodrigues (sem partido) foi escalado para negociar com os insatisfeitos no Senado.

Juntos novamente

Fernando Pellozo se filiou ao União Brasil em junho e está confiante no futuro. “Foi o único passo político que dei neste ano, mas tem sido muito positiva a aproximação com o governador e o apoio que tenho recebido nas ações em Senador Canedo”, diz ele. Pellozo conta com Caiado para reforçar o caminho da reeleição. “O apoio de Caiado me motiva muito. Os outros apoios serão bem-vindos, mas ter Caiado ao lado nesta caminhada é fundamental.”

PL no páreo

O presidente da executiva provisória do PL em Valparaíso, ex-vereador Coronel Ferreira, garantiu à Xadrez que o PL terá candidato a prefeito em 2024. Ele ressalta que a aliança com a deputada federal Lêda Borges (PSDB) “vem para somar ao nosso projeto e que ela não será candidata”.

Outros nomes

Ferreira pontua que a legenda está conversando com outras lideranças e que dessas conversas virá a construção de um nome competitivo. “O presidente regional do partido, senador Wilder Morais, deu total liberdade para construirmos uma boa nominata de vereadores e, claro, também para prefeito.” (Especial para O Hoje)