Coluna

“Máscaras estão caindo”, afirma Roller sobre MDB e PSDB

Publicado por: Sheyla Sousa | Postado em: 07 de dezembro de 2018

As declarações do futuro líder do PSDB na Assembleia
Legislativa, Talles Barreto, que defendeu ontem aqui “parceria política” dos
tucanos com o MDB, não agradou emedebistas ligados ao governador eleito Ronaldo
Caiado (DEM), que entenderam a mensagem como assinatura de recibo. Neste
sentido, a avaliação é de que a consideração de aliança, que já teria o aval do
ex-candidato ao Governo, Daniel Vilela, e do prefeito de Aparecida de Goiânia,
Gustavo Mendanha, representa a confirmação de que o MDB não representou
oposição à atual gestão. “As máscaras estão caindo. Esse tipo de declaração
mostra que havia uma máscara para o eleitor de uma relação muito positiva entre
esses dois grupos: o PSDB e a ala vilelista”, aponta o prefeito de Formosa,
Ernesto Roller (MDB). Efetivamente, o ex-deputado descarta completamente a
possibilidade aventada por Talles. “Não. Em hipótese nenhuma. O MDB foi
antagônico ao PSDB ao longo de 20 anos e o quadro continua o mesmo na política
goiana. Não é porque o Marconi perdeu que se apaga tudo”.

Primeira hora

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Roller defende que o MDB realize discussão interna sobre
troca no comando da sigla em Goiás e confirma que o partido deverá ser base e,
mais ainda, aliado de primeira hora do governador eleito Ronaldo Caiado (DEM).

Projeto pessoal

“O MDB é maior que todos os erros cometidos em Goiás e no
Brasil. O projeto pessoal de 2018 custou caro ao MDB. Muito caro. É a pior
votação do partido em quatro eleições, elegendo apenas três deputados estaduais
e nenhum federal”, destaca.

Delegado se torna
articulador

Até então membro apenas do chamado “baixo clero” da Câmara
dos Deputados, o deputado federal Delegado Waldir (PSL), vice-líder do partido,
foi alçado ao posto de articulador político do governo de transição na Câmara
neste fim de ano. É ele quem tem levado ao plenário as preocupações do futuro
ministro da Economia, Paulo Guedes, e do atual comandante da Fazenda, Eduardo
Guardia, além do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), com projetos que
podem onerar ainda mais as contas públicas em 2019. A avaliação das equipes
econômica e política é a de que se não fosse essa “contenção”, o próximo
governo já estaria com um problema orçamentário maior no próximo ano. A
interlocução entre Waldir e as equipes começou com a transição, mas se
intensificou depois que Guedes perdeu batalhas importantes, como a aprovação do
reajuste do Supremo Tribunal Federal pelo Senado, e com as complicações
envolvendo as negociações sobre cessão onerosa, por causa do debate de divisão
entre Estados e municípios.

CURTAS

Prioridade – Entre
as principais preocupações da transição estão barrar o projeto que renova
benefício para Sudene e Sudam e extensão do incentivo para Sudeco.

Impacto – A
renovação teria custo de R$ 9,3 bilhões até 2020 e o refis para dívidas com o Funrural
levaria para o ralo cerca de R$ 13 bilhões ainda em 2018.

Novo emprego – O
ministro das Cidades, deputado Alexandre Baldy (PP), será secretário dos
Transportes na gestão de João Doria no governo de SP.

Aprendizado

Já fora do PSDB e prestes a assumir secretaria com força
administrativa e orçamentária no governo Caiado, o presidente da Assembleia
Legislativa, José Vitti, avaliou a Operação Confraria, da PF: “Ninguém está
acobertado pra sempre”.

Cenário

Para José Vitti, a operação e o momento no país “mostra que
quem quiser estar na vida pública que esteja vestido de transparência e imbuído
de que os atos sejam pautados de acordo com as leis e a moral”.

No cargo

O governo de José Eliton (PSDB) confirmou que o vice-presidente
Chico Abreu assumiu a presidência da CODEGO, depois da prisão de Júlio Vaz. A
operação também prendeu, pela segunda vez, o ex-presidente da Agetop, Jayme
Rincón (PSDB).

Nada a ver

“O ex-governador Marconi Perillo não foi objeto na Operação
Confraria deflagrada hoje. Na realidade esta Operação investiga questão
patrimonial de outras pessoas”, afirma Kakay, advogado do tucano em nota ao O
Hoje.

Finalização

Depois do orçamento impositivo e dos incentivos fiscais, o
relator do orçamento para 2019, Lívio Luciano (Podemos), apresentará texto para
votação na próxima semana. Tendência é que a última sessão da Alego em 2018
fique para o dia 20.

In english

Sem autorização da Justiça, o ex-presidente Lula concedeu a
primeira entrevista desde que foi preso, há oito meses. Falou à londrina BBC em
cartas escritas da cela. Disse que Sérgio Moro, enquanto coordenador da Lava
Jato, “fez política e não justiça”.