Protagonismo da nova geografia política centra forças no interior

Há duas décadas, lideranças que pretendessem disputar uma eleição majoritária para presidente da República, governador e senador tinham que ‘estagiar’ nos grandes centros urbanos em busca de visibilidade midiática. Mas esse conceito mudou com a velocidade da comunicação, principalmente com o uso massificado das redes sociais, território que passou a ser de todos, embora haja mais “palpites” do que informações relevantes. No entanto, contribuiu para que os políticos descobrissem o Brasil real nos municípios e não nos gabinetes palacianos ou no Congresso. O enxadrista político Ronaldo Caiado foi um dos primeiros a perceber que a Capital não era mais a única caixa de ressonância das propostas e ideias para os goianos. Havia vida inteligente “fora da caixinha” de Goiânia. No segundo mandato, ele e seu vice, Daniel Vilela (MDB), intensificaram essa prática em conversar diretamente com o “Goiás real”. Mas a oposição também segue esse rastro e o primeiro a seguir essa estratégia foi o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Ele repetiu a prática que ele mesmo criou em 1998, mas acabou abandonando. Como não existe espaço vazio em política, Ronaldo Caiado modernizou o método com um conceito novo: estar presente junto à população e não só durante a campanha eleitoral. O PL, comandado em Goiás pelo senador Wilder Morais, segue na mesma trilha, mas com um diferencial: focado nas 30 maiores cidades, principalmente onde o agro é forte, casos de Rio Verde, Jataí e Cristalina. Essa é a nova geografia política que vai dar sustentação à eleição majoritária de 2026.

PL aposta na força da direita em Goiás

Em conversas reservadas, o presidente do PL em Goiás, senador Wilder Morais, diz acreditar que a escolha dos candidatos a prefeito do partido passará por maioria ligada ao agronegócio ou que tem fortes ligações com o setor. Na avaliação de seus auxiliares, em todas cidades do interior, as lideranças que vão disputar cargo de prefeitos e vereadores se identificam como de direita e defensores do agro.

Marconi e o Real

O presidente nacional do PSDB e ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, comentou com a Xadrez sobre a pesquisa Ipespe, encomendada pela Febraban, que mostra que 70% dos brasileiros são gratos ao Plano Real. “Depois da redemocratização do País, foi o PSDB que deu estabilidade à moeda brasileira e dominou a inflação com o Plano Real e permitiu o País crescer novamente.”

Medo da inflação

Na mesma pesquisa, 66% dos brasileiros se dizem vigilantes e 79% alertam o governo para não baixar a guarda no combate à inflação. Este deve ser o efeito das declarações do lulopetismo, que prega gastar à vontade como se não houvesse amanhã.

Vai doer no bolso

Acendeu a luz amarela no agronegócio brasileiro e em especial o de Goiás. É que notícias ruins mostram o aumento no custo do frete, conforme levantamento da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo. Os valores podem chegar a 15% de aumento por conta do atraso das chuvas. Goiás e Mato Grosso serão os mais afetados.

Baixaria política

Ao transportar as fronteiras de Rio Verde e Goiás, a deputada federal Marussa Boldrin (MDB) passou a incomodar muita gente aliada do prefeito Paulo do Vale (UB). Os guerrilheiros das redes sociais do município ligados ao prefeito exageram ao invadir a vida pessoal da deputada. A boa politica é feita com ideias e debates. Não com baixarias.

“Sou oposição”

Marussa não nega que faz oposição ao prefeito Paulo do Vale e explica por quê: “Sou oposição, mas eles nunca me procuraram para conversar, desde quando era vereadora. Então, por que devo apoiar gente que nem conversa e me ignora até nos eventos?”. (Especial para O Hoje)