Resposta rápida do governo chancela discurso de campanha

Publicado por: Venceslau Pimentel | Postado em: 23 de setembro de 2019

Ao afastar o então presidente da Goiás Parcerias, Eduardo Macedo, após suspeita de irregularidade em um contrato de cerca de R$ 400 mil, o governador Ronaldo Caiado (Democratas) chancelou o discurso que norteou a sua campanha em 2018. A promessa de devolver aos goianos o orgulho de morar neste estado e de por fim à corrupção parece ter encontrado eco no final da última semana. Isso tudo, conforme destacado pelo governo, foi possível graças à adoção do sistema de auditoria e compliance, estabelecido pela atual gestão. 

O tratamento dado à questão serviu para determinar como o Governo vai atuar diante das inconsistências que, por ventura, venham ocorrer na máquina pública. A intervenção imediata da Controladoria Geral do Estado (CGE), que já investigava o contrato, e a ação do próprio governador, destoaram do jeito que as gestões anteriores lidavam com escândalos financeiros. 

“Sou um homem otimista, que conheço o estado, nosso povo e nossa gente, conheço sua capacidade de dar a volta por cima, com a ajuda de um governo transparente, honesto e com tolerância zero à corrupção”. Estas foram algumas das palavras de Caiado, durante o ato de posse, na Assembleia Legislativa, em 1º de janeiro. Nove meses após, a fala faz sentido no contorno de uma crise.

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Assim, mais que a realização de um compromisso público, a gerência em torno de um contrato sem licitação desenha uma nova norma política em Goiás, que precisa ser cultivada para dar frutos que os goianos, de novo, tenham orgulho de colher.

O fato de Eduardo Macedo ter sido presidente de um partido político pesa no colo do governador, já que o outro ponto defendido em seu programa era, justamente, eliminar os conchavos políticos. A presença de um político atuante, em uma importante posição, reflete a urgência de acompanhar de perto as alianças que o então candidato apontou o dedo.

Ex-dirigente, Macedo, inclusive, é cotado para atuar em posição estratégica do PTB em Goiás. Tal partido, mergulhado em suspeitas de corrupção, na gestão do ex-deputado Jovair Arantes, dava sustentação aos governos tucanos. “Eu recebi um convite para formar um novo PTB e não com a condição exata de presidente do partido”, admitiu o ex-presidente da Goiás Parcerias em entrevista.

Portanto, cercar as influências externas deve ser um ponto a ser perseguido pelo governo. Afinal, foi essa a justificativa de Caiado para diminuir o número de servidores no Vapt Vupt (o que tem gerado inúmeros problemas à população). A Universidade Estadual de Goiás (UEG) também era tida como um espaço para alocar cabos eleitorais e tem tido o olhar atento do governador. O que se espera, nesse momento, é que os olhos de Caiado alcancem toda a estrutura administrativa e que as mãos fechem as torneiras com vício. Para, finalmente, os recursos públicos serem investido em prol da população. Daí sim, Ronaldo Caiado devolverá aos seus eleitores o orgulho de viver em Goiás.