Coluna

Vilmar define que reconstrução do ‘tempo novo’ é impossível

Publicado por: Sheyla Sousa | Postado em: 30 de novembro de 2018

O presidente do PSD em Goiás, ex-deputado federal Vilmar
Rocha, não considera possível que os partidos que formaram o ciclo dos governos
do PSDB em Goiás, iniciado em 1998 com a primeira eleição de Marconi Perillo,
possam reconstruir o grupo que protagonizou hegemonia regional por 20 anos. O
ex-secretário estadual confirma que, neste momento, cada partido – PSDB, PSD,
PTB, PR e PSB (principais aliados) – está trabalhando “cada um por si” e que não
há qualquer articulação para fortalecer movimento de oposição ao governo de
Ronaldo Caiado (DEM). “Eu avisei antes da eleição, várias vezes. O ciclo se
encerrou e o perfil do candidato era outro. Deveria ser um nome da sociedade
como projeto político administrativo pensando no futuro. Eu estava certo e não
me ouviram e deu no que deu. Mas passou. Agora, temos que rearticular com as
nossas forças, os partidos, um novo projeto para a frente”, aponta. Vilmar, no
entanto, ainda não se arrisca a dizer quem poderia ser o líder de um novo
movimento. “Temos que esperar um pouquinho a transição”.

Relação pessoal 1

Continua após a publicidade

O ex-deputado conta que foi a São Paulo e conversou
pessoalmente com o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), que passou a trabalhar
na iniciativa privada. “Ele deve mesmo ficar afastado no próximo ano”,
confirma.

Relação pessoal 2

Depois da publicação nas redes de foto em abraço com Ronaldo
Caiado, Vilmar avalia os confrontos que tiveram. “Foram fortíssimos, mas nunca
teve traição ou deslealdade. Por isso, não há ressentimento. A briga era cara a
cara”.

Momento inadequado

O governador José Eliton (PSDB) sancionou o projeto de
reorganização do Judiciário, incluindo a emenda jabuti, e defendeu a
equiparação daquele poder ao Ministério Público e à Defensoria Pública, o que
inclui a liberação das licenças prêmio a juízes. A partir de agora, todos os
magistrados, que têm direito retroativo a 1998, poderão realizar o pedido para
receber o pagamento pelas licenças não gozadas nos últimos 20 anos. Levantamento
da OAB/GO mostrado à Xadrez ainda em julho aponta que o valor pode chegar a R$
220 milhões anuais. Diante disso, e avaliando o momento de crise financeira
vivida pelo estado, deputados estaduais da base do governador eleito, Ronaldo
Caiado (DEM), criticaram a medida. “No momento que vivemos, é delicado falar
para a população de aumento de gastos. Cabe ao Judiciário fazer a análise se
eles querem comprar essa briga. O orçamento é deles”, afirma o vice-governador
eleito, Lincoln Tejota (PROS) (foto). “A situação é de qualificar os gastos e
melhorar os serviços”, confirma o relator do orçamento, Livio Luciano (Podemos).

CURTAS

Ocupação – A taxa
de desemprego fechou os últimos três meses em 11,7%. Queda de 0,6 ponto
percentual em relação ao trimestre anterior, quando foi 12,3%.

Judiciário – Por
maioria de votos (27), o desembargador Walter Carlos Lemes, atual corregedor-geral
da Justiça de Goiás, foi eleito presidente do TJGO.

Escolha – A
decisão é do Tribunal Pleno, composto pelos 36 desembargadores, e a gestão será
para o Biênio 2019/2021. Caberá a ele pagar as novas licenças prêmio.

Ao debate

Apesar dos encaminhamentos nesta semana, os dois principais
projetos em tramitação na Assembleia Legislativa seguem em fase de discussão,
antes do rush de votações que deverá ser implantado pela base caiadista na
próxima semana.

Pautas

A PEC do orçamento impositivo, que reduz o índice destinado
às emendas parlamentares, tem relatoria de Lissauer Vieira (PSB), mas teve
pedido de vistas na CCJ. Há acordo e 31 deputados assinaram a proposta de 0,5%
da receita para 2019.

Debate intenso

Já a redução dos incentivos fiscais segue em debate até
terça-feira. “Não vamos fazer força para votar e até segunda o próprio Caiado
voltará a conversar com o setor empresarial. Depois, precisamos aprovar até
quarta”, afirma Samuel Belchior (MDB).

Lado definido

Depois de voltar atrás no acordo fechado com o governador
eleito e considerar veto ao corte de incentivos, José Eliton (PSDB) aproveitou
ontem almoço com jornalistas para reafirmar a posição já defendida pelo setor
produtivo.

Convencimento

Ontem mesmo Eliton teve reunião com Alberto Borges (Caramuru
Alimentos), José Alves (Coca-Cola) e o ex-senador e Cyro Miranda. Com
antecipado pela Coluna, a base de Caiado já faz contas para derrubar o provável
veto do governador.

Sem chance

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, deixou aliviados servidores
da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. Definiu ontem que os bancos não
estão no radar das privatizações do próximo governo. “Qualquer privatização tem
que ser responsável”.