Goiânia pode ser primeira ter a vacina

O Ministério da Saúde (MS) estuda bancar a aplicação da vacina contra a dengue para 500 mil pessoas em Goiânia. A Prefeitura

Postado em: 14-04-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O Ministério da Saúde (MS) estuda bancar a aplicação da vacina contra a dengue para 500 mil pessoas em Goiânia. A Prefeitura vai propor parceria com o laboratório produtor da Dengvaxia®, para propor uma parceria com o objetivo de apurar a efetividade da fórmula na redução de casos da doença na população. Se as negociações avançarem, a Capital será a primeira cidade brasileira a ter a vacina, o que pode acontecer até o mês de junho deste ano.

A fórmula que já é autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) protege contra os quatro sorotipos da dengue e necessita três aplicações para imunização completa. O intervalo entre cada dose é de seis meses. A proposta seria vacinar as pessoas com idade entre 9 e 29 anos de idade, mas o fabricante afirma que o produto protege pessoas com idade entre 9 e 45 anos de idade.

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O interesse da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Capital é que, com a primeira dose em junho, a segunda imunização aconteça antes do pico da dengue. “A vacina é nova, a expectativa do laboratório é de dez anos de proteção. Isso vai ser acompanhado. No caso da febre amarela, por exemplo, antes eram dez anos agora com duas doses a pessoa não precisa mais se vacinar”, explica a diretora de Vigilância em Saúde Epidemiológica da SMS, Flúvia Amorim.

Proteção

O interesse do MS em arcar com os custos da vacina é justamente para saber a efetividade da mesma na proteção às pessoas já que Goiânia reúne características que favorecem a investigação como: grande número de focos e epidemia. O assunto foi tema de uma reunião do prefeito Paulo Garcia com representantes da Safoni, multinacional francesa que produz a vacina, e o MS, na terça-feira.

De acordo com a empresa francesa, nas Filipinas começou no início do mês uma campanha de imunização para atender um milhão de crianças. Além das Filipinas, Brasil, México e El Salvador já têm registro da vacina. A fabricante afirma que em estudos realizados com participantes a partir de 9 anos de idade ou mais, o impacto previsto da vacina sobre a carga da doença evita oito entre dez hospitalizações e até 93% dos casos de dengue grave, inclusive de dengue hemorrágica.

As pessoas mais velhas têm maior chance de complicação por causa da dengue, mas o produto francês demonstrou eficácia abaixo do ideal para este público, por isso não será ofertado. No entanto, o médico infectologista do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), Boa Ventura Braz de Queiroz, afirma que a vacina estará disponível na rede particular e, mesmo não vacinando toda a população, a ação deve provocar a redução dos casos em geral. “O fato de ampliar na população faz com que crie um bloqueio em rebanho. Isso, a médio, longo prazo, vai acontecer”, acrescenta.

Nacional

O Brasil tem uma vacina em fase de testes produzida pelo instituto Butantan. Ela poderá proteger as pessoas com apenas uma dose e a previsão é que a eficácia seja superior às demais.

Dados divulgados na quarta-feira demonstram que até a 13ª semana epidemiológica foram notificados na Capital 36.702 casos suspeitos de dengue e dois óbitos pela doença. No ano passado, a dengue afetou 79.095 pessoas e 38 pessoas morreram em decorrência de complicações da doença. (Deivid Souza) 

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