Unidades de saúde padecem de melhor estrutura

TAC prometia reverter a falta de condições de prédios de CAIS e CIAMS, porém sem solução

Postado em: 28-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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TAC prometia reverter a falta de condições de prédios de CAIS e CIAMS, porém sem solução

Mardem Costa Jr. 

Apesar da celebração de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o município e o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) em dezembro de 2013, a reforma, ampliação ou construção de 60 unidades básicas de saúde de Goiânia parece seguir a passos lentos. Algumas delas, por sua vez, sem a menor expectativa de quando receberão os melhoramentos necessários.

O HOJE noticiou recentemente o caso do CIAMS Urias Magalhães, que deveria ter sido entregue em janeiro de 2014. Dois anos e meio depois, a unidade continua sem a menor expectativa de quando será reaberta. Apesar de não ter sido fechado, o Cais Cândida de Morais funciona com uma estrutura precária de atendimento.

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Na época do TAC, o prefeito Paulo Garcia (PT) sugeriu que a ideia da Prefeitura é adequar as unidades ao padrão do CIAMS Novo Horizonte, considerado um modelo a ser seguido pelo Governo Federal.

A reportagem esteve na terça-feira (26) pela manhã no local, que é referência para os moradores da região Noroeste a capital e um dos que atendem 24 horas por dia. Logo na parte externa é possível verificar que o prédio padece de cuidados básicos, como acessibilidade. Ao adentrar no espaço, o aspecto é de desleixo, realçado pelas paredes descascadas, fiação exposta, equipamentos obsoletos e falta de conforto básico para pacientes, acompanhantes e servidores.

Uma notícia divulgada no site da Prefeitura, na ocasião do TAC, chama a atenção. O posto de saúde é considerado como passível de reparos simples. Para quem o utiliza frequentemente, o procedimento está muito longe da realidade. “Acho que o Cais (Cândida de Morais) precisa ser demolido. A estrutura daqui é uma vergonha e o atendimento sempre é ruim. Infelizmente é o que temos, fazer o que?” queixa-se a dona de casa Josefa Silva, 50.

Médicos

Assim como os demais postos de atendimento, o Cais Cândida de Morais não escapa da irregularidade do atendimento. Enquanto a reportagem esteve no local, dois médicos atendiam os cerca de 10 pacientes que aguardavam consulta. A aposentada Terezinha Domingos, 65, aguardava ser atendida quando a equipe de O HOJE chegou ao posto. “Hoje até está tranquilo, mas tem dia que é preciso madrugar, e ainda assim sem garantia de atendimento”.

Apesar da aparente normalidade, há queixas da falta de profissionais, especialmente no período noturno. O caso de Romes Rosa da Silva, 54, chama a atenção. Ele está a cinco dias esperando uma vaga na UTI após um derrame pleural agravado por uma pneumonia. Apesar da gravidade do quadro, Silva estava sendo tratado na sala de sutura do Cais, espaço que não é adequado para um paciente nesse estado.

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) não atendeu aos contatos feitos pela reportagem. O MPGO informou que o promotor que poderia falar sobre o assunto está licenciado. 

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