Servidor da Saneago é encontrado morto

Envolvido na Operação Decantação, o servidor chegou a ser conduzido para prestar depoimento

Postado em: 30-08-2016 às 06h00
Por: Redação
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Envolvido na Operação Decantação, o servidor chegou a ser conduzido para prestar depoimento

O supervisor da qualidade da Saneago Claudionor Francisco Guimarães Filho foi encontrado morto na manhã de ontem (29) no Jardim Botânico. De acordo com delegado titular do 8º Distrito Policial de Goiânia, Alessandro Tadeu Carvalho Lopes, a principal suspeita é que Claudionor tenha cometido suicídio, mas a polícia ainda aguarda o laudo da polícia tecnicocientífica, que deve ser finalizado em 30 dias.
Claudionor estava envolvido na Operação Decantação da Polícia Federal, que apura irregularidades cometidas por uma suposta organização criminosa instalada na Saneago. Na última quarta-feira (24), quando a operação foi deflagrada, Claudionor foi conduzido coercitivamente a prestar depoimento e teve mandado de busca e apreensão cumprido em sua residência.
Na manhã de ontem foram soltos três investigados da Operação Decantação, que foram presos quando a ação foi deflagrada. O ex-presidente da empresa, José Taveira Rocha, o diretor de Gestão Corporativa, Robson Borges Salazar, e o presidente do PSDB de Goiás, Afrêni Gonçalves Leite, deixaram a Casa de Prisão Provisória (CPP) logo após a meia-noite.
A soltura foi em decorrência de uma decisão da juíza Raquel Soares Chiarelli, publicada neste domingo (28), em que é negado o pedido do Ministério Público Federal (MPF) de transformar a prisão temporária dos investigados em prisão preventiva. Em outras palavras, ela determinou que não havia justificativa para mantê-los presos pelo prazo de 30 dias, sendo suficientes os cinco dias de detenção, que se encerraram neste domingo.

Motivo
Em sua decisão, a juíza alega que o “magistrado que preside o feito, muito embora reconheça a existência de indícios da prática de crime pelos requeridos, já havia considerado desnecessária a sua prisão preventiva”. Segundo ela, o MPF, apesar de ter levantado novos elementos sobre os possíveis crimes praticados, não conseguiu “colocar em dúvida a eficácia das medidas e a determinadas”.
Ainda que tenham sido colocados em liberdade, os investigados permanecem afastados de suas funções públicas e impedidos de entrar na sede da Saneago pelo prazo de 120 dias. Além disso, eles continuam proibidos de se comunicar com outros alvos da Operação Decantação.

Investigações
A Operação Decantação resultou na prisão de 14 pessoas suspeitas de envolvimento em fraudes na Saneago. Entre os detidos estão o presidente da empresa, José Taveira, e o presidente do PSDB em Goiás, Afrêni Gonçalves. A suspeita é que parte dos recursos desviados tenham sido utilizados, inclusive, para custear despesas de campanha de candidatos em 2014, além de coquetéis na sede do Executivo estadual.
A operação mobilizou órgãos como a Controladoria Geral da União (CGU), a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF). Foram cumpridos 120 mandados judiciais, sendo 11 de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, 21 de condução coercitiva e 67 de busca e apreensão. Desses, apenas um mandado de prisão ainda não foi efetivado. Foram apurados, até o momento, prejuízos efetivos de R$ 4,5 milhões na Saneago, além de mais de R$ 7 milhões de dano potencial.

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