Goiânia registra surto de diarreia por rotavírus

Oito crianças foram contaminadas nas últimas quatro semanas, segundo a prefeitura

Postado em: 29-09-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Oito crianças foram contaminadas nas últimas quatro semanas, segundo a prefeitura

Nas últimas quatro semanas a Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) identificou surto de diarreia por rotavírus na capital. Oito casos de crianças com idade de 1 a 4 anos foram detectadas no Hospital Materno Infantil. Todas elas estavam com a dose da vacina rotavírus atrasada, o que facilitou a contaminação.
Diferentes agentes etiológicos podem causar a doença de diarréica aguda, a DDA, como vírus, parasitas e bactérias, além do próprio rotavírus. Ele é transmitido por via fecal-oral, por meio do contato direto entre as pessoas, com distintos objetos, água e alimentos contaminados. Os sintomas consistem em diarreia aguda, aquosa ou explosiva, febre alta, vômito, dor-abdominal e, em quadros mais graves, desidratação. Convulsões e até óbitos podem ser as complicações se a doença não for tratada adequadamente. 
Segundo o gerente de doenças e agravos transmissíveis, Leandro Nascimento, é normal que ocorram quatro casos por ano; e que seja considerado surto se houver a incidência de mais de dois casos no mesmo ambiente. O grupo mais suscetível são as crianças e é comum que o risco de contaminação aumente no 2º semestre, quando elas voltam para o período escolar e praticam hábitos higiênicos inadequados no convívio com os colegas. 

Diagnóstico
O diagnóstico clínico pode ser realizado por meio de exame laboratorial que analisa as fezes do paciente para a possível confirmação da presença do vírus. É importante que a coleta amostral seja feita nos primeiros dias da contaminação. Em Goiânia, segundo Leandro, é desenvolvido uma vigilância sentinela nas unidades de saúde Cais Novo Mundo, Cais Cândida de Morais e no próprio Materno Infantil. 
O trabalho específico é importante para manter um controle da doença. Nos Cais são realizadas em média cinco coletas de amostras fecais por mês para análise; no Materno Infantil a coleta é mais intensa e consiste em cinco amostras por semana. “Foi a partir dessas coletas que identificamos os oitos casos no HMI, uma doença que tem prevenção”, diz Leandro. 

Vacinação
Segundo Leandro, a primeira dose da vacina deve ser aplicada em crianças com 2 meses de idade; a segunda dose é aos 4 meses. A idade máxima para receber a imunização é de 7 meses e 29 dias, após essa faixa etária, a aplicação da vacina pode causar invaginação intestinal nos pacientes. “A imunização é imprescindível! Pelas informações que disponho, as doses não estão em falta e elas são ofertadas durante todo o ano”, informa. 
Além de ser importante se atentar às doses contra o rotavírus, Leandro aconselha aos pais, responsáveis e às próprias crianças a manterem condições de higiene adequadas nos ambientes de convívio social. “É preciso lavar as mãos antes das refeições, fazer o descarte correto do lixo, não reutilizar fraldas e, se for preciso, aterrar as fezes”, diz. Se houver suspeita de novos casos, Leandro pede que a Vigilância Epidemiológica seja notificada pelo número 3524-3381. A Vigilância Sanitária também pode ser acionada. 

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