Número de mortos na favela do Jacarezinho sobe para 28

OAB manifestou preocupação e MPRJ investiga operação.

Postado em: 08-05-2021 às 10h18
Por: Luan Monteiro
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OAB manifestou preocupação e MPRJ investiga operação | Foto: Reprodução

A Polícia Civil confirmou que subiu para 28 o número de mortos na operação de da última quinta-feira (06/05) na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio. O número foi ampliado, depois que três vítimas que deram entrada em hospitais públicos foram levadas na última sexta-feira (07) para o Instituto Médico Legal (IML).  

Antes o número de mortos era de 25, entre eles o policial civil André Leonardo Frias, 48 anos, da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), morto com um tiro na cabeça quando desceu do carro blindado, junto com outros cinco policiais, porque o carro ficou impedido de seguir pela favela por causa de uma barricada colocada pelo tráfico no caminho. 

O disparo que matou o policial partiu de uma espécie de bunker, com furos no muro para passar o cano de armas de guerra, e aconteceu quando a equipe chegava na comunidade, por volta das 6h.

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OAB

A Ordem dos Advogados do Brasil, seção do Estado do Rio de Janeiro (OAB-RJ), manifestou uma grande preocupação com o resultado da operação policial no Jacarezinho. Segundo a entidade, o número de vítimas coloca essa ação policial entre as mais letais da história do estado.

A OAB-RJ, disse em nota que operações de enfrentamento ao crime organizado são necessárias, mas devem ser feitas com inteligência e planejamento. “Salientamos que o norte permanente da atuação das forças de segurança deve ser a preservação de vidas, inclusive a dos próprios policiais”, diz a entidade.

A nota diz ainda que, independente das circunstâncias, as forças de segurança devem cumprir suas funções respeitando os direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal. “Nunca será aceitável que um braço do Estado opere acima das leis”. A Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB-RJ está acompanhando o caso.

MPRJ

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) está investigando as circunstâncias das mortes na ação policial no Jacarezinho para apurar se houve violações a direitos durante a operação.

“Todas as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis em decorrência dos fatos ocorridos estão sendo tomadas pelo MPRJ, que na data de ontem esteve presente na comunidade, acompanhando os desdobramentos da operação. Cabe destacar ainda que o MPRJ acompanha a perícia nos corpos das pessoas mortas durante a intervenção policial”, informou a nota.

Os promotores estão recolhendo relatos e outros elementos para subsidiar as investigações. “Dentre esses elementos, foram recebidas comunicações de cidadãos, instituições, associações e coletivos, trazendo relatos, imagens e vídeos da operação, que foram imediatamente levados ao conhecimento da 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital, responsável pelo procedimento investigatório”.

Identificação

A Comissão de Direitos Humanos da OAB, identificou na última sexta-feira (06), 15 dos mortos na operação na comunidade do Jacarezinho. A entidade acompanhou a liberação dos corpos e divulgou uma lista com os nomes das vítimas.

Veja os nomes identificados pela OAB:

  • Ray Barreto de Araújo, 19 anos
  • Romulo Oliveira Lucio, 20 anos
  • Mauricio Ferreira da Silva, 27 anos
  • Jhonatan Araújo da Silva, 18 anos
  • John Jefferson Mendes Rufino da Silva, 30 anos
  • Wagner Luis de Magalhães Fagundes, 38 anos
  • Richard Gabriel da Silva Ferreira, 23 anos
  • Marcio da Silva, 43 anos
  • Francisco Fabio Dias Araujo Chaves, 25 anos
  • Toni da Conceição, 30 anos
  • Isaac Pinheiro de Oliveira, 22 anos
  • Cleiton da Silva de Freitas Lima, 27 anos
  • Marcio Manoel da Silva, 31 anos
  • Jorge Jonas do Carmo, 31 anos
  • Carlos Ivan Avelino da Costa Júnior, 32 anos

Com informações da Agência Brasil

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