6,31% das crianças nascidas em 2020 talvez nunca comemorem o Dia dos Pais

A data do Dia dos Pais talvez nunca seja comemorada por 6,31% de 1.280.514 crianças que nasceram e foram registradas apenas com

Postado em: 07-08-2021 às 17h41
Por: Nielton Soares
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Um levantamento da Central Nacional de Informações do Registro Civil (CRC) mostra que 80.904 bebês foram registrados apenas com o nome da mãe | Foto: reprodução

A data do Dia dos Pais talvez nunca seja comemorada por 6,31% de 1.280.514 crianças que nasceram e foram registradas apenas com o nome das mães nas certidões de nascimento no ano passado. É o que mostra um levamento da Central Nacional de Informações do Registro Civil (CRC) sobre a situação das famílias no Brasil.

O número representa que 80.904 pessoas não foram reconhecidas legalmente pelos pais. A triste realizada é que a quantidade vem crescendo ao longo dos anos: em 2018, foram 5,74% registros com essa lacuna, e em 2019, 6,15%.

No entanto, além de não possuírem o nome do pai, o abandono paterno pode causar impacto no desenvolvimento emocional delas, especialmente nos primeiros anos de vida, sendo crucial para o desenvolvimento saudável da criança. É o esclarece a professora de psicóloga infantojuvenil, da Faculdade Estácio, Maria Mabel.

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“Uma criança que cresce se sentindo sozinha pode apresentar diversas dificuldades no futuro: na adolescência tende a se distanciar cada vez mais dos responsáveis e poderá ter dificuldades em manter relacionamentos amorosos, pois não aprendeu a estar com o outro no período da infância, impactando diretamente suas relações de amizade e de relacionamentos afetivos”, aponta.

Pais presente

Segundo o último Censo Escolar feito pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2013, 5,5 milhões de crianças não tinham o nome do pai no registro de nascimento. Atualmente, o reconhecimento paternal é facilitado em qualquer cartório de registro civil do país, podendo ser feito pelo pai que deseje incluir o nome na certidão ou pela mãe ou filho maior de 18 anos.

Porem, para a especialista, não basta apenas o nome, mas é essencial que os pequenos tenham a presença de ambos os pais – grupo que as crianças tem seu primeiro contato social.

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