Goiânia sanciona lei que institui o Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa

Solenidade realizada no Paço Municipal reuniu lideranças religiosas de diferentes matrizes.

Postado em: 09-09-2021 às 10h52
Por: Victoria Lacerda
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Solenidade realizada no Paço Municipal reuniu lideranças religiosas de diferentes matrizes. | Foto: Reprodução

Na tarde da última quarta-feira (08/09) a lei que institui o Dia de Combate à Intolerância Religiosa foi sancionada em Goiânia. A solenidade foi realizada no Paço Municipal com a presença de lideranças religiosas de diferentes matrizes. O texto de autoria da vereadora Aava Santiago visa o respeito e proteção à pluralidade, colocando o dia 21 de janeiro como parte do Calendário Municipal Oficial de Eventos da capital.

“Nossa intenção é criar, anualmente, um momento de reflexão sobre a cultura de respeito à diversidade religiosa. Jamais podemos usar a fé em nome de qualquer tipo de perseguição, inclusive aos que se declaram céticos. Também precisamos combater o aparelhamento do Estado por ideologias religiosas, em cumprimento à própria Constituição Federal”, explica Aava Santiago. 

A vereadora, que é evangélica da Igreja Assembleia de Deus, tem o compromisso de incentivar a cultura de proteção à pluralidade religiosa. “Exatamente por ser uma mulher de fé é que compreendo que todas as manifestações precisam ser respeitadas, e o direito de culto garantido pelo Estado Brasileiro e os agentes públicos”.

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Dirigindo-se às lideranças religiosas presentes na solenidade, o prefeito da capital pontuou a possibilidade concreta de que cada um tenha passado por situações de intolerância, ainda que em diferentes graus. “Algo que, a meu ver, é inadmissível, inclusive sob o ponto de vista da própria religião. Se não quero o mal para mim, por que direcioná-lo ao outro? Por que ser intolerante?”.  

“O diferente também é alguém, o reflexo da multiplicidade que é a cultura humana”, destacou em seu pronunciamento Watusi Santiago, yalorixá que representou as lideranças religiosas. Agredida fisicamente em 2015 devido às vestimentas características do candomblé, colocou a lei como validação do direito inviolável à crença. “Que consigamos educar para o amor e respeito, vislumbrando uma sociedade diversa e livre”, finalizou.

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