Vacinação em crianças deve ser uma decisão técnica, avalia secretário

Ministro da Saúde recomenda a vacinação em crianças mediante prescrição médica e consentimento dos pais.

Postado em: 25-12-2021 às 09h05
Por: Daniell Alves
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Ministro da Saúde recomenda a vacinação em crianças mediante prescrição médica e consentimento dos pais. | Foto: Reprodução/Internet

Após a vacinação de crianças contra a Covid-19 virar objeto de audiência pública, o titular da Secretaria de Saúde do Estado (SES-GO), Ismael Alexandrino, avalia que a decisão deverá ser técnica, sem a necessidade de uma consulta pública. Conforme dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), de fevereiro de 2020 até 6 de dezembro deste ano, 301 crianças de 5 a 11 anos morreram pelo coronavírus. 

“Óbvio que cada gestor tem a sua estratégia mas não sei, de fato. Eu penso que é uma tema para técnicos discutirem. Saber o sentimento da população não altera a decisão. Esta precisa de um norteador”, avalia o secretário. Para ele, essa medida traz insegurança à população. 

Ismael ainda comenta o atual cenário da doença em Goiás, já que a cobertura vacinal ainda não é considerada suficiente. “Quanto menos se vacina, mais tem possibilidade do vírus se multiplicar e apresentar variações e mutações. A vacinação não é um ato individual, ela só faz sentido na coletividade.  Vacinamos para diminuir a contaminação e que as pessoas contaminadas tenham um quadro menos agravado”, reforça. 

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Prescrição médica 

Na sexta-feira (24), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que deve recomendar a vacinação em criança mediante prescrição médica e consentimento dos pais. O imunizante da Pfizer já foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicado a essa faixa-etária.

De acordo com ele, a recomendação é que o imunizante não seja aplicado de modo compulsório. “E essa vacina estará vinculada a prescrição médica, e a recomendação obedece a todas as orientações da Anvisa”, aponta o ministro. A avaliação será submetida à Câmara Técnica Assessora de Imunizações (CTAI) do Ministério da Saúde. A consulta pública foi aberta e ficará disponível até dia 2 de janeiro. 

Encerrada a consulta, as contribuições apresentadas serão objeto de uma audiência pública em 4 de janeiro e, no dia seguinte, a Pasta anunciará a decisão. Queiroga esclarece, ainda, que a autorização pela Anvisa não implica em incorporação automática, seja de vacina, medicamento ou quaisquer dispositivos de saúde. “São avaliações distintas. Na Anvisa é o ingresso para entrar na perspectiva de validação. A decisão final compete ao Ministério da Saúde e nós tomamos as decisões de maneira tempestiva e vamos avaliar a decisão da agência em suas minúcias”.

O ministro também defende a participação popular e a consulta à câmara de especialistas para embasar a decisão. Também cita exemplo de outros países, que tiveram a inclusão da mesma faixa etária aprovadas pelas respectivas autoridades sanitárias, mas que ainda não adotaram a aplicação integral da vacinação em crianças. 

Dúvidas 

Segundo o MS, o objetivo da consulta é informar e conhecer as dúvidas da população sobre a vacinação de crianças. “A consulta vai ampliar a discussão e a colaboração de todos no processo de enfrentamento da pandemia de Covid-19. É com responsabilidade que as ações do Governo Federal são tomadas, principalmente quando tratam da segurança de nossas crianças”, afirma Queiroga.

Poderão participar do processo consultivo a população em geral, sendo pessoas físicas ou jurídicas interessadas na matéria. As contribuições serão utilizadas para obter subsídios e informações da sociedade para o processo de tomada de decisões do Ministério da Saúde.

Anvisa autorizou

Neste mês, foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o uso de uma versão da vacina da Pfizer para aplicação nas crianças dessa faixa etária. Contudo, o governo federal não definiu como irá funcionar a imunização desse grupo. O ministro informou que a autorização não é suficiente para iniciar a vacinação. (Especial para O Hoje).

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