Governo quer ouvir a sociedade sobre adoção do horário de verão neste ano

Diretor-geral da Aneel avalia que horário de verão não se justifica mais

Postado em: 24-09-2017 às 08h00
Por: Victor Pimenta
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Diretor-geral da Aneel avalia que horário de verão não se justifica mais

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),
Romeu Rufino, avalia que a adoção do horário de verão para gerar economia de
energia no Brasil não se justifica mais. O horário de verão está previsto para
começar no dia 15 de outubro e terminar em 17 de fevereiro de 2018.

Contudo, o governo analisa a manutenção ou encerramento do
horário de verão. “A avaliação é que, sob a perspectiva do setor elétrico,
o horário de verão não se justifica”, disse Rufino.

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Estudos sobre a viabilidade da manutenção do horário de verão,
que abrange nove estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do
Distrito Federal (Brasília), estão sendo conduzidos no âmbito do Comitê de
Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que reúne diversos órgãos
governamentais ligados ao setor elétrico.

As pesquisas apontam para o fato de que a adoção da hora
adiantada não resulta mais em economia de energia, uma vez que a temperatura é
quem determina o maior consumo de energia e não a incidência da luz durante o
dia. De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), atualmente os picos de
consumo ocorrem no horário entre 14h e 15h, e não mais entre 17h e 20h.

Enquete

O governo estuda a possibilidade de consultar a sociedade sobre
a adoção ou não do horário de verão este ano. A decisão precisa sair rápido e
está nas mãos do presidente Michel Temer e do ministro de Minas e Energia,
Fernando Coelho Filho. Se a definição for pela enquete, ela será lançada no
Portal do Planalto na próxima semana.

Apesar de não fazer mais diferença na economia de energia,
conforme explicou o diretor-geral da Aneel, uma parte da sociedade gosta da
sensação de ter uma hora a mais no dia e poderá manifestar isso na enquete.

Além disso, o governo pode levar em consideração o maior
movimento do comércio durante o horário de verão. Com dias mais claros, as
pessoas ficam mais na rua e consomem mais.

Bandeira

De acordo com Rufino, em outubro o governo deve passar a cobrar
a bandeira vermelha na conta de luz, possivelmente na faixa dois, em razão da
escassez de chuvas.

“O que podemos falar agora é de tendência. A bandeira está
vinculada ao CMO (Custo Marginal de Operação), que é muito dependente de regime
hidrológico e a previsão de chuva. A tendência é que estamos com um regime
hidrológico muito desfavorável, com chuvas atrasadas. A tendência é despachar
térmicas mais caras”, disse.

Atualmente, está em vigor a tarifa amarela na cobrança da conta
de luz, que representa um acréscimo de R$ 2,00 a cada 100 quilowatts-hora (kWh)
consumidos. Com a adoção da tarifa vermelha, o preço da tarifa de energia vai a
R$ 3,00 por 100 kWh. No caso do patamar dois, esse valor seria maior: R$ 3,50 a
cada 100 kWh consumidos. 

Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução)

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