Variante Ômicron provoca impacto negativo na saúde mental aumenta busca por psicólogos em 17%

Pandemia da Covid-19 provoca impacto negativo na saúde mental

Postado em: 02-02-2022 às 09h21
Por: Redação
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Pandemia da Covid-19 provoca impacto negativo na saúde mental | Foto: Pedro Pinheiro

Por Ítallo Antkiewicz

Com a chegada da nova variante Ômicron houve aumento de 17% na procura por tratamentos psiquiátrico durante a pandemia. Cada variante que chega deflagra um aumento na procura por consultas de saúde mental, segundo especialista entrevistado pelo O Hoje, psicólogo Junny Marcos.

De acordo com Junny essa porcentagem só é maior em quatro países: Itália (54%), Hungria (56%), Chile (56%) e Turquia (61%). Com a pandemia da Covid-19, as medidas de isolamento social tiveram um impacto não apenas nas questões financeiras, mas também na saúde física e emocional das pessoas.

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“A gente já havia percebido isso em outra pesquisa global que fizemos em março do ano passado, quando 41% dos brasileiros relatavam ter sintomas como ansiedade, insônia ou depressão já por consequência da pandemia”, afirma Junny.

O ano de 2020 ficou marcado na história mundial pela pandemia causada pelo novo Coronavírus. Diversos problemas da sociedade foram evidenciados e surgiram muitos desafios, como a reestruturação das relações de trabalho e questões relacionadas à saúde mental.

O emocional das pessoas tem sido fortemente abalado pelo isolamento social, as incertezas do futuro, a pressão para alcançar resultados, as dificuldades do trabalho remoto, entre outros pontos. A pandemia tem sido muito prejudicial a toda a sociedade e os trabalhadores têm sofrido grande parte desses impactos.

Por isso, agir e minimizar esse cenário é também uma responsabilidade das empresas, pois cabe a elas fomentar a saúde, segurança e qualidade de vida das suas equipes.

“Essa necessidade de ações drásticas e imediatas, refletiu e ainda vem refletindo diretamente no estado psicológico das pessoas. De repente as preocupações rotineiras foram potencializadas e se somaram a outras que antes não existiam”, completa.

Países inteiros passaram a conviver com sentimentos como medo e solidão, além da incerteza do amanhã. Nem mesmo os especialistas em saúde e economia podem afirmar como será a sociedade do futuro, a não ser pela necessidade de se reinventar.”O medo da perda de um ente querido pode gerar ataques de pânico. Não temos controle sobre o que acontece com o outro”, explica.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 9,3% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade, como Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), fobias, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), estresse pós-traumático e ataques de pânico. Com a pandemia, os casos de ansiedade aumentaram em 80%, de acordo com levantamento da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

O estudante Kayo César, de 21 anos, passa por diversos momentos de ansiedade: “Sempre fui uma pessoa muito tranquila. De repente percebi que comecei a falar durante os meus sonhos, eu acordava assustado. Foi aí que desconfiei que algo estava errado. Que precisava buscar um especialista”, conta.

Aí de repente entrei no estágio, e lá no local, é tudo muito corrido, precisa ser tudo rápido, a gente precisa deixar o material tudo pronto, nisso eu percebi que minha respiração estava ofegante, comecei a olhar com mais frequência o celular , comecei a procurar por notícias ruins, a me preocupar muito com coisas que estavam distantes, que ainda iriam acontecer, aí nisso procurei uma psicóloga, comecei um acompanhamento pra fazer um tratamento de ansiedade, onde compartilho coisas do dia a dia, onde ela me dá alguns conselhos, melhorias para o meu dia a dia.” Relata Kayo.

Quais sintomas são sinais de alerta para procurar ajuda médica ou psicológica? 

Alto nível de ansiedade com pensamentos e demandas repetidas com relação a contaminação, com demanda desnecessária por exames, por estoque de produtos. Irritabilidade, agressividade, alteração no ciclo sono-vigília com insônia por várias noites seguidas, alteração abrupta no peso, baixa energia, fala desesperançada recorrente, labilidade emocional com crises de choro, ideias de que não haverá saída e de cunho catastrófico, consumo de comida ou bebida alcoólica em demasia.

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