Servidores da Educação da rede municipal de Goiânia podem iniciar greve hoje

Trabalhadores da educação de Goiânia definem hoje se entram ou não de greve

Postado em: 15-03-2022 às 09h10
Por: Daniell Alves
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Trabalhadores da educação de Goiânia definem hoje se entram ou não de greve | Foto: Reprodução

Após inúmeras tentativas de negociação, os servidores de Educação da rede municipal de ensino de Goiânia podem iniciar greve hoje (15) se não houver acordo com a Prefeitura referente ao reajuste salarial. Uma assembleia será realizada, a partir das 9 horas, no Cepal do Setor Sul, para ouvir os trabalhadores e decidir se a greve será iniciada ou não, conforme afirma o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego). 

No último dia 8, cerca de 90 unidades paralisaram as atividades para reivindicar o reajuste para a Prefeitura. O prefeito Rogério Cruz propôs reajuste de 7,5%, mas a categoria quer os 33,2% definidos pelo Governo Federal. A categoria reivindica 20% de reajuste, pois são duas datas-base vencidas. 

O prefeito alegou que o reajuste apresentado ao Sindicato é suficiente. “O reajuste apresentado, de 7,5%, é suficiente para que todos os trabalhadores recebam mais do que o mínimo previsto, de R$ 3.845,63 para os profissionais com dedicação de 40 horas semanais”, disse em nota. 

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Já a presidenta do Sintego, Bia de Lima, ressalta que a categoria não abre mão dos 33,2% e alerta que o prefeito deveria apresentar uma proposta neste sentido de forma parcelada. “Falei isso para ele, mas recusou”, diz. O valor definido pelo Governo não foi bem visto pelas prefeituras, que argumentam não terem recursos. 

“Estaremos prontos para o que for necessário. O Sintego luta para que os trabalhadores tenham os direitos reservados e o que está na Legislação sem precisar fazer grave, mas é óbvio que a gente não descarta nenhum tipo de mobilização. Não descartamos nenhuma movimentação justamente porque é um princípio de qualquer categoria”, informa Bia de Lima .

O Sindicato também rejeitou a proposta de 9,3% de data-base para os servidores administrativos referentes a 2020 e 2021. Bia de Lima ressalta que irá buscar construir um novo plano de carreira mais atrativo. “A possibilidade de data-base de 2022, já amplia, mas precisamos reconstruir. Recebemos os piores salários da administração”, reforça.

Opiniões distintas 

As movimentações dos servidores em busca do reajuste e outros direitos dividem as opiniões. Déborah Lia, que é mãe do aluno Benjamin, de 2 anos, do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Lygia Rassi, afirma que apoia a paralisação da categoria. “Eu entendo e apoio que eles devem exigir os seus direitos até porque a profissão exige muitos deles. Cuidar de criança não é fácil”, diz. 

Contudo, outra parcela não concorda com a greve e alega que iria prejudicar os estudantes. Nas redes sociais do Sintego, uma mulher diz que greve seria um desrespeito com a educação. “Não é justo com as crianças. Os pais e a população não apoiam a greve”, escreveu. Outra moça diz que as crianças iriam sair prejudicadas. 

Previsto por lei 

Coordenador-geral do Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia (Simsed), Antônio Gonçalves, disse que os funcionários administrativos estão desde 2019 sem o reajuste previsto em lei. Já os professores aguardam desde o início de janeiro pelo cumprimento do piso-salarial da categoria. 

“Notamos uma má vontade por parte da Prefeitura em cumprir o que rege a legislação. Nós já fizemos um outro movimento em janeiro desde ano, no qual nos reunimos com o secretário municipal de Educação para apresentar as demandas, mas desde então não tivemos nenhum retorno”.

Entre as pautas discutidas estão o reajuste do piso, data-base, plano de carreira dos administrativos, auxílio transporte, quinquênio, gratificação dos diretores, modulações, pandemia e concurso público. Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação (SME) de Goiânia informou que as reivindicações do Simsed estariam sendo negociadas com os sindicatos.

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