Estudantes não devem trocar sono para estudar para o Enem, diz especialista

Estudo revela que, a véspera dos exames, mais de 80% dos estudantes costumavam dormir menos de 7 horas

Postado em: 12-11-2022 às 17h23
Por: Rodrigo Melo
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Estudo revela que, a véspera dos exames, mais de 80% dos estudantes costumavam dormir menos de 7 horas | Foto: Reprodução

Há poucas horas da aplicação da prova do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), muitos alunos passaram a estudar mais durante as noites. No entanto, os estudantes não devem trocar horas de sono pelos estudos, alerta o médico do Instituto do Sono, o pediatra Gustavo Moreira. A estratégia é errada e pode comprometer o desempenho cognitivo do aluno no dia seguinte.

A restrição, mesmo que parcial de sono, tem impacto negativo na memória de trabalho e nas habilidades de pensamento estratégico, que são funções cognitivas associadas ao lobo frontal. “Durante o sono, o cérebro decide o que vai consolidar na memória do que foi aprendido no dia anterior. Por isso, a privação de sono pode piorar o desempenho cognitivo”, destaca o médico.

De acordo com o Instituto do Sono, pesquisadores norte-americanos compararam, em uma pesquisa realizada em 2015, o desempenho acadêmico e o padrão de sono de 364 alunos da Universidade de Auburn. Eles constataram que, na véspera dos exames, mais de 80% dos estudantes costumavam dormir menos de 7 horas. O estudo, porém, concluiu que a maior duração de sono na noite anterior às provas estava relacionada a notas mais altas no curso.

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Redução do alerta

O instituto destaca ainda que pesquisadores mexicanos realizaram um estudo, publicado em 2021 na revista Sleep Science, e observaram que, após privação de sono, os estudantes apresentaram redução do alerta, atenção sustentada e seletiva e ainda prejuízo nas suas funções executivas.

Para conseguir um desempenho melhor nos estudos, o médico Gustavo Moreira orienta os estudantes a sempre manter os mesmos horários de dormir, acordar, e de se alimentar. Celular e computador devem ser evitados à noite, assim como estimulantes como café, chás, chocolate ou energéticos. O especialista recomenda ainda que os alunos se exponham, durante o dia, ao sol e à natureza nos intervalos de descanso. À noite, a luz deve ser usada com moderação. (Com informações da Agência Brasil)

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