Mesmo com chuvas fortes, rios continuam com níveis baixos

De acordo com relatório da Secima, os rios Meia Ponte e das Almas, seguem entre os cinco mais secos no Estado de todas as series históricas

Postado em: 16-02-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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De acordo com relatório da Secima, os rios Meia Ponte e das Almas, seguem entre os cinco mais secos no Estado de todas as series históricas

Gabriel Araújo*


Segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima), o atual período chuvoso foi responsável pelo aumento nos níveis dos rios, mas ainda insuficientes.Em estudo divulgado ao O Hoje, a secretaria considera o nível e vazão (o volume de água que passa por uma seção do rio medida durante um período de tempo) dos rios Meia Ponte e das Almas abaixo do esperado. 

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De acordo com os dados, a secretaria afirmou que os níveis atuais estão abaixo da média histórica para esta época do ano. “Verificando o exemplo de medições manuais com séries históricas consistentes verificamos reduções significativas de vazão e nível.” afirmou o relatório.

O Rio da Almas possui uma vazão média para o mês de janeiro de 296,8 m³ /s, mas no último mês foi registrada uma queda de 61,89% na vazão, ou seja, o rio estava com uma vazão de 113,1 m³ /s. Nas medições feitas este mês também houve uma baixa significativa nos dados, de 320 m³ /s para 162,3 m³ /s, uma queda de 49,30% em relação à média histórica.

Enquanto o Rio Meia Ponte registrou uma baixa nos níveis. O nível médio da água para o primeiro mês do ano registrado pela Agência Nacional de Águas (ANA) é de 210,8 cm e no último mês foi de 161,1 cm, portanto mais de 23% de redução. Para este mês a média histórica é de 222 cm, mas até o momento o maior nível registrado foi de 167 cm, mais uma queda, desta vez de 24,77%.

O relatório ainda afirma que os rios Meia Ponte e das Almas, este ano, estão entre os cinco mais secos das series históricas.


Tempo real

Os rios e lagos do estado são monitorados em tempo real por uma equipe da Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima). Utilizando um sistema criado pela Agência Nacional de Águas (ANA), o índice pluviométrico, a vazão dos principais rios que cortam Goiás, além de 21 reservatórios de hidrelétricas no Estado são acompanhados. O sistema possui 80 estações fluviométricas espalhadas por Goiás.


Serra da Mesa

De acordo com os dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS o reservatório de Serra da Mesa se encontra com aproximadamente 11% do volume útil. Dados estão entre os piores desde o início da medição, em 1998.

O reservatório possui uma área de 1.784 km2 e uma capacidade de armazenamento de mais de 54 bilhões de m3 de água. A água do Serra da Mesa é responsável pelo abastecimento de sete usinas hidrelétricas. O nível atual está a mais de 32 metros abaixo do comportado pelo volume total, o que equivale a um prédio de 12 andares.

O Lago de Serra da Mesa, que forma o reservatório, atrai turistas de todo o país, seja para a pesca esportiva ou para a prática de esportes aquáticos, e é formado pelos rios Tocantins, Rio das Almas e Maranhão.


Lago Azul

O nível de água do reservatório de Emborcação, que abastece a Usina Hidrelétrica Theodomiro Santiago, é um dos menores já registrados. No início de 2015, o nível chegou a 12% do volume total e a menor taxa já registrada foi em dezembro de 2001, quando o volume chegou aos 10% do total. Segundo dados informados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), na última medição realizada o lago contava com 15% da capacidade total. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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