Tráfego aéreo expõe poder de garimpo ilegal em terras Yanomamis

Dentro das terras, a via aérea é a principal rota de acesso aos garimpos ilegais, sendo usado não apenas para transportar minérios, mas combustível e alimentos

Postado em: 30-01-2023 às 08h09
Por: Mariana Fernandes
Imagem Ilustrando a Notícia: Tráfego aéreo expõe poder de garimpo ilegal em terras Yanomamis
Dentro das terras, a via aérea é a principal rota de acesso aos garimpos ilegais, sendo usado não apenas para transportar minérios, mas combustível e alimentos | Foto: Divulgação /Força Aérea Brasileira

Para extrair ouro e cassiterita (principal minério de estanho), é realizado uma multiplicidade de rotas clandestinas, com atividades dentro e fora do território nacional indígena Yanomami. A informação é divulgada pelo jornal O Estado, que conta detalhes de como os garimpeiros e aviões, se apropriam das terras Yanomamis ilegalmente.

Os mapas que traçam a movimentação revelam que as rotas se limitam a viagens realizadas entre os garimpeiros nos principais municípios de Roraima. Outra movimentação constante, acontece dentro de terras venezuelanas, que fazem fronteira com boa parte das terras indígenas Yanomamis.

A via aérea é a principal rota de acesso aos garimpos ilegais. Ele é usado para transportar minério extraído, mas também insumos básicos, como combustível e alimentos. Os rios são a segunda forma de transporte, que impulsionam as ações clandestinas, mas que costumam ser mais utilizados nos meses de cheia.

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O preço médio das aeronaves que são constantemente utilizadas comprovam que as atividades estão longe de serem “artesanais”. Parte dos aviões são do tipo monomotor, como o Cessna 182, que custa cerca de R$400 mil. Há também o uso de helicópteros, alguns como o Robinson 44, que custa aproximadamente de R$ 3 milhões.

Muitos indígenas que auxiliam no combate ao garimpo clandestino, explicam que parte dos garimpeiros para ampliar a logística aérea dentro da terra, chegaram ao ponto de tomarem como posse, as pistas de pouso oficiais, construídas pelo governo, para que os indígenas pudessem receber insumos básicos de saúde e alimentação. 

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Combate

De acordo com a Diretoria de Proteção Ambiental (Dipro) do Ibama, uma das formas de combater o tráfego aéreo é o fechamento do espaço das vias sobre a terra indígena Yanomami, como forma de ajudar a coibir o deslocamento.

“Considerando que foi identificada rota de voos para além das fronteiras nacionais, sugere-se que seja comunicada a Força Área e solicitado o fechamento do espaço aéreo na terra Yanomami”, afirmou em documento.

Outro ponto, em que diz respeito à saúde dos povos Yanomamis também será tratada pela Força Aérea Brasileira (FAB). Nesta sexta-feira (27),a FAB em mobilização aos hospitais destruídos pelos garimpeiros, implantou um hospital de campanha para atender indígenas transferidos da Reserva Yanomami.

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