Moradora de Hidrolândia morre por causa de H1N1

Mulher estava internada na UTI do HDT, que confirmou diagnóstico da paciente. Ela é a sexta confirmação de morte pela doença em Goiás, em 2018

Postado em: 08-04-2018 às 16h20
Por: Mariana Oliveira
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Mulher estava internada na UTI do HDT, que confirmou diagnóstico da paciente. Ela é a sexta confirmação de morte pela doença em Goiás, em 2018

dona de casa Neuza Araújo Rocha, de 49 anos, morreu neste sábado (7) por H1N1 no Hospital de Doenças Tropicais (HDT) em Goiânia. A moradora de Hidrolânida estava internada na unidade há 26 dias e também sofria de diabetes, infecção pulmonar e hipertensão. A mulher é a sexta morte confirmada pela doença em Goiás, em 2018.

O HDT informou, por meio de nota, que ela estava em “um leito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, com a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) pelo vírus Influenza A H1N1”. Conforme o texto, a paciente apresentou melhora no quadro, mas “devido ao seu quadro de diabetes, hipertensão e infecção pulmonar, a paciente não resistiu”.

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Ainda segundo o HDT, a unidade já atendeu quatro pacientes com a doença este ano. A morte de Neuza foi a primeira com confirmação da doença na unidade. Além desses, oito internados tiveram suspeita descartada por exames e seis ainda estão sob investigação.

O aposentado José Dias, de 52 anos, morreu no mesmo hospital com suspeita da doença também neste sábado. Sobre este caso, o HDT informou que o paciente estava internado com doença respiratória grave, mas não confirmou diagnóstico de H1N1.

Estado de alerta

Além de Neuza, há outras cinco mortes confirmadas por causa da doença em Goiás este ano. Destas, duas foram de moradores da capital, outras duas de Trindade – onde houve surto da doença na Vila São Cottolengo – e uma de Jaupaci. O estado está em situação de alerta por causa da doença.

O total de casos da doença em estágio grave no estado chega a 44, conforme último boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO). Estão confirmados ainda outros cinco casos de H3N2, um de Influenza B e um total de 274 pessoas diagnosticadas com Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) com outras causas.

A notificação das doenças não é compulsória desde 2012 e, por isso, não são compiladas todas as ocorrências. Também conforme o relatório, uma pessoa morreu por H3N2 e outras 35 por outras variações da Srag.

Ações de combate

Para combater o avanço das doenças, o governo do estado criou um comitê que vai debater sobre ações e levantar o que ainda é necessário ser feito. Uma das primeiras ações foi a reserva de 30 leitos de hospital para casos graves das influenzas.

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) informou que, entre as medidas a serem adotadas para atender plano de contingência, estão: reorganização de leitos, enfermarias isoladas, atualizações para profissionais da área com informações sobre protocolos e início da campanha de vacinação.

Preocupação

Indignada, a dona de casa Adriana Lucinda Teles Araújo, de 42 anos, cunhada de Neuza, afirmou que está preocupada com a quantidade de casos da doença que tem visto. “Como não ficar com medo? As pessoas estão morrendo, já vi muitos casos e queremos saber o que vai ser feito, porque nem vacina tomamos”, desabafou.

A campanha do Ministério da Saúde foi adiada em uma semana e só vai começar em 23 de abril. De acordo com o governo federal, houve problemas na entrega das doses.

A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde havia informado, por telefone, que a possibilidade de antecipação da vacinação contra H1N1 em Goiás ainda está sob avaliação. O G1 entrou em contato novamente neste sábado, por e-mail, e aguarda posicionamento do órgão.

Entre os mortos por H1N1 está um pediatra da SMS, que teria se contaminado atendendo pacientes, segundo a família. Após confirmação, a população passou a procurar clínicas de vacinação e enfrentaram longas filas para conseguir as doses. Unidades precisaram repor doses.

Segundo SES-GO, a vacinação é importante todos os anos porque os vírus sofrem mutações e, a cada nova dose, a vacina protege contra um novo tipo.

O órgão lembra que os grupos prioritários na imunização são: crianças com mais de 6 meses e menos de 5 anos, gestantes, puérperes (mulheres que deram à luz há 40 dias ou menos), servidores da saúde, professores, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas, presos, servidores do sistema prisional idosos e pessoas com doenças crônicas.

A gripe H1N1

O médico infectologista Boaventura Bras explica que os principais sintomas da gripe H1N1 são os mesmos de um estado gripal comum, como febre que dura entre 3 e 5 dias, tosse seca, secreção e dores no corpo. A forma mais eficaz de evitar a transmissão do vírus é a higienização das mãos, principalmente com álcool gel.

Caso a pessoa tenha algum sintoma da doença, ela pode procurar qualquer unidade de saúde e, lá, será dado o encaminhamento adequado a ela, de acordo com a gravidade da doença.

Quem pode se vacinar?

Podem se vacinar bebês a partir de 6 meses de idade. A vacina é contraindicada apenas para aqueles que têm alergia a ovo, segundo o médico infectologista.

Quem já teve H1N1 pode contrair a doença de novo?

“Pessoas que já tiveram comprovadamente a gripe H1N1 têm uma resistência maior ao vírus, então seria mais difícil contrair novamente. Porém, o vírus sofreu modificações e ele também pode ser infectado por outros vírus dentro da influenza”, explicou o médico.

Além disso, familiares de pacientes com o vírus também precisam tomar cuidados especiais. “Os parentes também precisam tomar o mesmo medicamento, mas em uma dose menor, mas tudo com orientação médica”, completou.

Fonte: G1 Goiás

Foto: Reprodução/TV Anhanguera  

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