Goiás registra queda de 70% nos casos de Dengue

Foram registrados quase 13 mil casos em 2023, e Saúde aponta que é preciso manter alerta para manutenção baixa de casos

Postado em: 17-03-2023 às 08h07
Por: Alexandre Paes
Imagem Ilustrando a Notícia: Goiás registra queda de 70% nos casos de Dengue
Mesmo sendo menor que 2022, estado já registrou 12.835 casos de dengue desde o início de 2023 | Foto: Divulgação/ SES-GO

As doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti é um dos principais problemas de saúde pública em Goiás. E nos próximos dois anos, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), tem um extenso planejamento de contingência para controlar a disseminação dos criadouros, evitando casos graves e mortes ligados à Dengue, Zika e Chikungunya.

Em entrevista ao Jornal O Hoje, o coordenador estadual de Dengue, Chikungunya e Zika da SES-GO, Murilo do Carmo, afirmou que Goiás já conseguiu avanços com uma queda de 70% dos casos de dengue até a décima semana epidemiológica. “Mesmo em queda, se comparado ao mesmo período do ano passado, precisamos permanecer em alerta e empenhar ações de acordo com a situação epidemiológica”, argumentou.

Dados da pasta apontam ainda que Goiás reúne 176 municípios em situação de baixo risco, 49 em médio risco e 21 em alto risco. No total, são 12.835 casos notificados em 2023. O plano orienta os órgãos de saúde para atuação em três momentos, de acordo com o cenário epidemiológico: fase inicial, de alerta e de emergência.

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Para todas essas, estão previstas ações como visitas domiciliares, monitoramento de casos, distribuição de inseticidas e fiscalização sanitária. Já a frequência varia conforme a necessidade de cada região e o nível de risco dos municípios. “Todas as ações que o Estado precisa desenvolver estão nesse documento, seja em fase confortável, seja em fase de epidemia”, complementa Murilo.

Goiás já registra três mortes por dengue em 2023

Goiás tem três mortes confirmadas por dengue em 2023. Os registros aconteceram em Luziânia, São Simão e Novo Gama.  Outras 12 mortes suspeitas estão sendo investigadas pela SES-GO. Duas delas em Goiânia. Os outros municípios com registros são Piracanjuba, Aparecida de Goiânia, Caldas Novas, Planaltina, Mineiros, Iporá, Ouvidor, Morrinhos e Itarumã. 

No ano passado, Goiás registrou 170 mortes pela doença, o maior número da história do monitoramento da dengue no Estado. O segundo maior registro foi em 2005, quando foram registradas 104 mortes. 

Neste ano, o número de casos de dengue também é grande e já se aproxima dos 13 mil. Os dados são bem menores do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando mais de 50 mil pessoas já tinham contraído dengue. Atualmente, 12 municípios estão na lista de maior risco. Goiânia está em risco baixo de contaminação, quando são 79 casos a cada 100 mil habitantes.

Aparecida realiza mutirão de combate ao mosquito 

Plano quer reforçar as visitas domiciliares de rotina, o monitoramento de casos e a distribuição de inseticidas

Além das ações permanentes, a coordenadoria de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida realiza mais um mutirão de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue, chikungunya e zika. As atividades são feitas das 8h às 16h, se iniciaram no último dia 11 e se estendem até sábado, 18 de março.

A força tarefa reúne 65 profissionais que fazem uma varredura nos bairros Jardim Buriti Sereno I, II, III e IV, Goiânia Park Sul e Jardim Boa Esperança I. Também são utilizados 5 veículos utilitários e 12 motocicletas, como informa a coordenadora de Vigilância Ambiental Deizy Clébia Fernandes Gomes. 

Os trabalhos se dividem em visitas domiciliares, ações educativas, passagem da camionete do fumacê e recolhimento de pneus descartados incorretamente. A iniciativa visa evitar o surgimento e destruir criadouros já existentes do mosquito e fazer a destinação sustentável das carcaças de pneus recolhidos, que são encaminhadas para a empresa Reverso Reciclagem de Pneus Ltda. 

A SMS orienta que, além da importância da contribuição de cada pessoa para o combate ao mosquito, mantendo os imóveis sem quaisquer reservatórios de água parada, a população também pode auxiliar na proteção à cidade solicitando o serviço de coleta de pneus.

Como diferenciar Covid e Dengue

O Brasil registrou quase 160 mil casos de dengue entre janeiro e fevereiro de 2023, segundo o Ministério da Saúde. Um aumento de 46% em relação ao mesmo período de 2022. No ano passado, Goiás foi o segundo estado do País em mortes por dengue.

As reações no organismo podem ser confundidas, e é preciso atenção para distingui-las. A enfermeira e professora do curso de enfermagem da Faculdade Anhanguera, Dienit Verissimo, diz que a febre é o principal motivo da ‘confusão’, pois ela é comum nas doenças citadas. “Nos primeiros dias as enfermidades têm sinais parecidos, mas com o tempo os quadros apresentam novos sintomas.  Febre, dores de cabeça e no corpo, mal-estar são alguns dos sintomas da dengue, que também costumam ser manifestados pelos pacientes que contraem Covid-19, o que pode gerar dúvida no diagnóstico”, afirma.

A dengue é uma doença infecciosa causada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A orientação é observar algumas condições do corpo que podem ser divergentes de uma doença para a outra. “Na maioria dos casos, os sintomas da dengue duram até dez dias, dores nas articulações são características marcantes, manchas vermelhas pelo corpo, fraqueza, dor atrás do olho”, comenta.

A docente acrescenta que é importante observar os sinais respiratórios e gripais. “A dor de garganta, congestão nasal, tosse seca, coriza etc., são comuns na Covid-19, mas isso não é frequente nas arboviroses”, explica. 

Vacina contra a doença

Vale lembrar que, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro de uma nova vacina contra a dengue, a Qdenga, do laboratório japonês Takeda Pharma. É o primeiro imunizante liberado no Brasil para pessoas que nunca entraram em contato com o vírus, mas ele também poderá ser aplicado em quem também já teve a doença.

De acordo com a Anvisa, a vacina é indicada para a faixa etária de 4 a 60 anos e é aplicada em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. A vacina é composta por quatro sorotipos diferentes do vírus causador da doença.

Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, esse imunizante pode ser incorporado no Plano Nacional de Imunização (PNI), mas ainda não há uma data para isso. Alguns laboratórios privados já estimam a revenda da vacina no segundo semestre deste ano.

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