Goiás adota medidas de prevenção da Gripe Aviária

A medida se deu após a confirmação da doença na América do Sul

Postado em: 21-03-2023 às 07h54
Por: Anna Letícia Azevedo
Imagem Ilustrando a Notícia: Goiás adota medidas de prevenção da Gripe Aviária
Casos registrados em granjas comerciais na Argentina, Peru e Equador preocupam Governo de Goiás | Foto: Divulgação/ Agrodefesa

Em decorrência da aplicação da Portaria Nº 121, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), vai realizar nesta terça-feira (21) um treinamento com Médicos Veterinários com propósito de instruir acerca da prevenção à Influenza Aviária. A Portaria Nº 121, de 13 de março de 2023, proíbe a participação de aves em eventos agropecuários, aglomerações, encontros, torneios e exposições de passeriformes nativos ou exóticos por 90 dias. 

Além do cancelamento de eventos já registrados no Sistema de Defesa Agropecuária. Para preparar melhor os profissionais do setor privado, nesta terça-feira (21/03) haverá treinamento para profissionais da área que atuam no setor privado, assim tomando como precaução a maior cobertura possível de informação.

Estas medidas são resposta à incidência de casos de Gripe Aviária na América do Sul, uma vez que esta representa um risco à saúde e economia do país. Nesse sentido, a Agrodefesa acatou as recomendações do Ministério da Agricultura para a implantação do Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle em todo o território nacional. O objetivo é coibir a entrada do vírus causador da Influenza Aviária A (H5) no Brasil. 

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A orientação internacional suspende toda exportação de aves do país que apresenta casos positivos para a doença. Desse modo, o Ministério da Agricultura tem agido de forma preventiva para evitar essa situação. Atualmente 10 países na América já apresentaram casos, alguns fazem fronteira com Brasil como a Argentina. Outros locais são: Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Honduras, México, Panamá, Perú, Estados Unidos e Venezuela. Nestes países o vírus foi detectado em aves domésticas, granjas avícolas e/ou silvestres.

Conforme a Professora da Universidade Federal de Goiás Doutora Ana Maria Almeida especialista em Doenças de Aves explica, a presença da doença “limita o desenvolvimento da agricultura”, uma vez que “Preconiza o abate e sacrifício de todas as aves”. Em relação à Gripe Aviária informou: “É uma doença essencialmente das aves, mas é causada por um vírus, que uma das principais características é a facilidade de mutação, pode multar a tal ponto de romper a barreira entre as espécies”. 

De acordo com Silvânia Andrade Reis, coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Avícola (PESA) da Agrodefesa, o impacto na economia seria sofrido por toda uma cadeia produtiva, não apenas na venda direta das aves. “Milho e soja para a ração, mão de obra, grandes empresas e pequenos produtores”, explicou sobre os setores que seriam atingidos com a chegada do H5 no Brasil.

Atenção as Aves

Para manter a cautela na avicultura é substancial o produtor está atento aos sinais e sintomas da doença. Dentre eles, a especialista mencionou: “alta taxa de mortalidade, começa a visualizar a perda de quase todo seu plantel em poucos dias, bico aberto, cristas azuladas e escurecidas”. 

Além da Portaria Nº 121. Silvânia Andrade Reis, informou que o estado aplica o Plano de Vigilância, originário do Ministério da Agricultura. Este age em etapas diferentes para resguardar a produção nacional da infecção. Outra frente de ação são os treinamentos fornecidos por parte da Agrodefesa a Médicos Veterinários, focados na identificação da doença. Nesta terça-feira (21/03) haverá treinamento para profissionais da área que atuam no setor privado, assim tomando como precaução a maior cobertura possível de informação. 

A coordenadora do PESA, também confirma que em Goiás não há confirmações de casos da doença, nem suspeitas. E nas atribuições do Plano, fornecendo a maior cobertura de prevenção em relação às aves de criação “de fundo de quintal” ou subsistência, estão sendo coletadas amostras de locais próximos a este tipo de produção para análise. Esta coleta ocorre em 52 municípios, próximos a locais com criação de pequeno porte.

Proliferação

Ademais, Ana Maria Almeida informou sobre a preocupação da influência das espécies exóticas e aves migratórias na proliferação da gripe aviária. “A doença acontece de forma esporádica na Ásia e existem rotas migratórias para a Europa e por meio dessas aves migratórias chegou nas Américas, a partir da chegada na América do Norte, rapidamente chegou a outros setores da América”, explica a especialista. 

Sendo assim, estas aves migratórias bebem água em lagos, rios entre outras fontes que aves de cultura extensiva também utilizam. O que alerta para a contaminação que ocorre com pequenos produtores, que criam as aves soltas. Para a especialista, é “importante a conscientização do pequeno produtor, para proteger o país da doença”. Ainda completou afirmando sobre a prevenção, “As grandes indústrias estão cada vez mais rigorosas nos programas de seguridade, evitando contato com aves silvestres”.

Dessa forma, Silvânia Andrade Reis, informou que a Agrodefesa atua com agentes que promovem o contato com os pequenos produtores. “Comunicação simples, orientação aos técnicos do interior para levar um folheto com todas as informações e realizar a leitura junto com o produtor”. Além disso, ela afirma que uma das medidas mais importantes para a proteção contra a doença é a notificação. “É importante a notificação quando observar qualquer sintomas”, finaliza.

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