MST deve começar a desocupar áreas invadidas em Petrolina e Aracruz

O movimento recebeu a notificação do mandado de reintegração da área de 46 hectares da Embrapa na quinta-feira (20)

Postado em: 22-04-2023 às 15h05
Por: Rodrigo Melo
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O movimento recebeu a notificação do mandado de reintegração da área de 46 hectares da Embrapa na quinta-feira (20) | Foto: Marcello Camargo

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) devem começar a desocupar na próxima semana áreas pertencentes a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Petrolina (PE), e da empresa multinacional Suzano, em Aracruz (ES). A A Justiça Federal em Pernambuco determinou a saída do movimento.

O MST recebeu a notificação do mandado de reintegração da área de 46 hectares da Embrapa na quinta-feira (20). Em reunião entre representantes do MST, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) Incra, ficou definido que a condição para a desocupação é que o governo crie assentamentos para 800 famílias, em áreas a serem indicadas para desapropriação em Petrolina e Lagoa Grande (PE). Nos próximos dias, o movimento confirmou que fará a desocupação gradual da área da Embrapa.

No caso das 200 famílias que ocuparam áreas da Suzano, no Espírito Santo, a desocupação da área de 8.039 hectares será concluída até o final da semana que vem, seguindo os protocolos legais necessários para a saída das famílias. O protocolo prevê a definição do local para onde as famílias serão levadas, a presença de ambulância e serviços da ação social e de direitos humanos. Em nota, o MST do Espírito Santo declarou que compreende que tais providências são medidas necessárias para a preservação da integridade física das famílias acampadas.

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Em Goiás

No último dia 25 de março, cerca de 600 famílias do movimento ocuparam a fazenda São Lukas, em Hidrolândia, em ação que fez parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra – a operação foi realizada por mulheres. A Polícia Militar (PM), contudo, desocupou o local no dia seguinte. Gilvan Rodrigues, coordenador do MST em Goiás, afirma que a área, contudo, já está sendo repassada ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para se tornar um assentamento de reforma agrária.

Leia mais: “Fazenda ocupada por MST em Hidrolândia passará por reforma agrária”

Reunião com ministro da Fazenda

Na última quinta-feira (20), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com lideranças do MST. Segundo o coordenador nacional do movimento, João Paulo Rodrigues, o ministro fez um apelo para que o grupo desocupe as áreas invadidas da Embrapa, em Pernambuco, e da empresa Suzano, no Espírito Santo. “Temos um compromisso que nós vamos desocupar a área da Suzano, e também a área referente à Embrapa. Só estamos procurando um local para levar as famílias”, disse Rodrigues.

O coordenador do movimento social também afirmou que o ministro Fernando Haddad prometeu aumentar de 250 milhões para 400 milhões de reais o orçamento dedicado ao assentamento de famílias acampadas. Segundo o dirigente do MST, existem 5 milhões de hectares de devedores da União nas mãos de menos de mil proprietários que, em conjunto, devem R$ 40 bilhões para o estado brasileiro. (Com informações da Agência Brasil)

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