Senador Canedo sente efeitos da greve dos caminhoneiros

Após o fim da greve dos caminhoneiros, prefeitura luta para se recuperar dos desgastes

Postado em: 29-06-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Após o fim da greve dos caminhoneiros, prefeitura luta para se recuperar dos desgastes

Rafael Melo


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Apesar da greve dos caminhoneiros ter chegado ao fim há quase um mês, algumas cidades e setores de produção que foram diretamente afetados ainda enfrentam o processo de normalização na retomada das atividades. Esse é o caso da prefeitura de Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia, já que grande parte da receita do município advém do Polo Petroquímico que é o considerado o maior suporte econômico da administração. Prefeitura voltou a dizer que a questão não está totalmente superada e que a recuperação deve ter início apenas a partir do próximo mês.

Em Senador Canedo, o fim da mobilização que bloqueava os portões da distribuidora ocorreu após uma decisão judicial emitida pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Caso a liminar fosse descumprida, foi fixada uma multa diária no valor de R$ 10 mil. A paralisação resultou na falta de combustível em diversos postos da capital. 

Durante a greve, o prefeito Divino Lemes (PSD) chegou a afirmar para a imprensa que a situação administrativa e econômica da prefeitura poderia enfrentar dificuldades, levantando a possibilidade de atraso na folha de pagamento salarial caso a greve insistisse em perdurar por muito tempo. 

Em nota, a assessoria de imprensa do município declarou que apesar da arrecadação de outras fontes, a geração do ICMS do Polo Petroquímico é fundamental. O órgão afirmou que, mesmo com as dificuldades, não houve atraso na folha de pagamento e os débitos foram quitados. “Não encontramos em uma crise estagnada, porém é um momento de controle, para que os recursos sejam bem aproveitados e as contas sanadas. Ainda não é possível ter um cálculo exato do que foi prejudicado na arrecadação devido à variação das atividades econômicas” esclarece.


Polo Petroquímico

Devido à localização geográfica privilegiada, com boa malha viária, estando perto dos grandes pólos como Anápolis, Itumbiara, Goiânia e Brasília, o município teve a oportunidade de receber uma subsidiária da Petrobrás, a Transpetro. A empresa é responsável pelo armazenamento e distribuição de óleo diesel, gasolina, QAV e GLP para companhias distribuidoras da região, além de também realizar o carregamento rodoviário pelas bases de carregamento operadas pela Petrobras Distribuidora. 

Instalado em 1996, o importante terminal de distribuição de combustível foi responsável pelo crescimento econômico da cidade, fazendo Senado Canedo ficar entre os municípios de destaque em arrecadação de ICMS.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Brasil possui 271 bases de distribuição de combustível, enquanto as bases de distribuição do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) – o conhecido gás de cozinha – somam 182. Em Goiás, os números registram 9 e 5 bases, respectivamente. Em meio à paralisação ocorrida em maio, cerca de 90% dos terminais de distribuição de combustíveis foram bloqueados, em alguns casos o transporte de combustível foi liberado apenas para serviços essenciais como viaturas de polícia e ambulâncias mediante escolta armada.


Paralisação

Diversas cidades do Estado entraram em situação de emergência devido à falta de combustível provocada pela greve dos caminhoneiros, além de problemas com o abastecimento de alimentos e fornecimento de remédios. A paralisação da categoria começou no dia 21 de maio e cobrava a aprovação do Projeto de Lei 528, que estabelece um piso para o frete de combustíveis no país. Além disto, a categoria reivindicava a redução no preço do óleo diesel e a criação de uma tabela compensatória, que pague aos motoristas por km rodado.

Diante da situação, o presidente da República, Michel Temer (MDB), chegou a determinar a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel por 60 dias e a isenção de pagamento de pedágio para eixos suspensos de caminhões vazios. A paralisação da categoria impediu a circulação de caminhões com mercadorias e afetou vários serviços, como o transporte público e a distribuição de gás e combustíveis. 

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