Usuários reclamam do atendimento oferecido pelo Imas

Segundo a assessoria, não houve uma paralisação pontual do atendimento no Hospital Ortopédico, que foi restabelecido ainda na manhã de ontem (7)

Postado em: 08-07-2023 às 09h30
Por: Ronilma Pinheiro
Imagem Ilustrando a Notícia: Usuários reclamam do atendimento oferecido pelo Imas
O Imas é responsável peIa execução das diretrizes do plano de saúde dos servidores públicos municipais | Foto: Divulgação

As unidades de saúde e laboratórios que prestam serviços por meio do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas), estão com os atendimentos suspensos por falta de pagamentos desde outubro do ano passado, segundo relatos dos usuários do plano.

A professora Angélica Aparecida de Oliveira, de 47 anos, relata que foi muito prejudicada pelo plano de saúde e que inclusive nesta semana ela teve uma consulta desmarcada. “ Também estão falando que a reumatologista foi embora, parou de atender pelo plano. Eu tenho fibromialgia e artrose, então preciso muito de um reumatologista. É difícil de achar”, contou a professora.

Angélica disse ainda que precisava fazer uma cirurgia plástica reparadora e não conseguiu realizar pelo Imas. “Eles não me deram esse direito, que é um direito de pessoas obesas”, disse. Para conseguir pagar pelos procedimentos, ela teve que fazer empréstimos. “Eu fiz vários empréstimos, pois o plano de saúde não me deu nada. Eu emagreci mais de 30 kg sozinha, sem bariátrica. Essa justiça, infelizmente não teve no meu caso”, relatou.

Continua após a publicidade

A funcionária pública também falou que agora o Instituto possui uma espécie de cota para os atendimentos, o que tem dificultado ainda mais para os usuários. Além disso, muitos profissionais se desligaram do Imas e especialidades como psicopedagogia e neuropsicologia não estão mais disponíveis no plano. “Meu filho precisa de um atendimento de neuro, de avaliação psicológica e eu tenho que pagar do próprio bolso. Custa mais de R$ 2.000”, destaca Angélica.

Sebastião Ferreira do Carmo, de 57 anos, também é professor da rede pública e conta que no final do ano passado precisou fazer uma uma tomografia de última hora. “Eu estava passando muito mal e isso só foi possível tirar no outro dia, porque a burocracia é muito grande.  Se a pessoa estiver numa situação grave e ela precisar de um exame desse, ela morre”, relatou o professor.

Segundo Sebastião Ferreira, o plano demora muito tempo para liberar os atendimentos aos usuários. “Por exemplo, eu estava passando muito mal e não sabia o que que eu tinha e não consegui fazer o exame. O médico queria até me internar porque não sabia o que que era. Então essa é uma das situações”, destacou.

Ele também faz críticas ao sistema de cotas e diz que isso prejudica principalmente as pessoas que fazem acompanhamento contínuo. ‘É um problema sério porque a pessoa tem que estar sempre indo no médico e ela não pode esperar ou ir em outro médico que não conhece a situação dela”, disse. 

Outro problema destacado pelo funcionário público é o grande número de profissionais que se desligam do Instituto e deixam de atender pelo plano, já que isso muda a rotina de tratamento dos pacientes. “O médico credencia a pessoa começa a fazer o tratamento e depois sai, aí aquele paciente tem que procurar outro médico e começar o tratamento do início. É uma situação que fica até mais cara para o plano de saúde”, comenta.

Sebastião Ferreira relembra ainda a greve dos servidores da educação do ano passado, onde “na negociação para o encerramento da greve, um dos acordos firmados com a categoria era que os problemas do Imas seriam resolvidos em 90 dias e de lá para cá nada foi feito e piorou o atendimento”, relembrou.

Em nota enviada ao jornal O Hoje, a assessoria do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas) disse que não há suspensão de atendimento de clínicas e/ou médicos. Além disso, a equipe explicou que houve uma paralisação pontual do atendimento no Hospital Ortopédico, que foi restabelecido ainda na manhã da última sexta-feira.

O Imas é responsável peIa execução das diretrizes do plano de saúde dos servidores públicos municipais estabelecidas em lei específica;  prestação, direta ou por meio de convênio e credenciamento, de assistência médica, hospitalar, ambulatorial e laboratorial aos servidores públicos segurados e seus dependentes do seu plano de saúde; pela fiscalização e o controle da rede assistência para assegurar a prestação da assistência à saúde do servidor constante do contrato de prestação de serviço.

Veja Também