Agrodefesa faz conscientização sobre Gripe Aviária na região do Araguaia

Objetivo é orientar turistas sobre os cuidados necessários para mitigar a entrada da doença em Goiás

Postado em: 19-07-2023 às 08h00
Por: Alexandre Paes
Imagem Ilustrando a Notícia: Agrodefesa faz conscientização sobre Gripe Aviária na região do Araguaia
Objetivo é orientar turistas sobre os cuidados necessários para mitigar a entrada da doença em Goiás | Foto: Divulgação

Aproveitando o período de férias de julho, quando aumenta o número de turistas que visitam a região do Araguaia em Goiás, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), intensificou ações de conscientização da população sobre a Influenza Aviária. Desde o início do mês são realizadas visitas a acampamentos e abordagens às pessoas que chegam aos municípios de Aruanã, Aragarças, São Miguel do Araguaia e distrito de Luiz Alves para compartilhamento de informações e entrega do material “Não dê asas para a Influenza Aviária! A prevenção é a solução”.

A doença tem chamado bastante atenção no País, porque a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) é causada por vírus. A transmissão pode se dar pelo ar, água, alimentos e materiais contaminados, assim como pelo contato com aves doentes e o acesso de pessoas de fora das criações comerciais. Outra forma possível de transmissão é o contato das aves de criatórios com aves silvestres de vida livre (que migram inclusive de um continente para outro).

De 20 a 24 de julho a ação ocorrerá em Aragarças, enquanto de 27 a 31 de julho vai se concentrar em Aruanã. O foco é explicar os principais sinais da gripe aviária, as formas de contaminação, os cuidados necessários para evitar a transmissão, além de apresentar os canais de notificação para o caso de encontrar aves doentes ou mortas.

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O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, destaca que Goiás não registrou nenhum caso de gripe aviária, seja em aves silvestres, de subsistência, em granjas ou na indústria. “É importante adotar medidas de prevenção e o Governo de Goiás, juntamente a parceiros, tem fortalecido as ações para diferentes públicos no Estado. Do pequeno produtor, que cria galinhas em sua propriedade, até as pessoas que visitam os pontos turísticos e podem ter contato com algum tipo de ave, todos estão sendo orientados em relação aos cuidados preventivos para evitar a transmissão”, enfatiza.

Até o momento, 64 casos foram confirmados nos estados da Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, segundo informações do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Desse total, apenas dois se referem a aves de criações de subsistência. Os demais envolvem aves silvestres.

Conhecimento

Além da ação em pontos turísticos, como o Araguaia, a Agrodefesa tem atuado na capacitação de servidores de outras pastas do Estado e colaboradores de entidades para formar multiplicadores de conhecimento. No mês de julho, mais de 100 servidores da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) e profissionais técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) passaram por treinamento e receberam informações sobre a Influenza Aviária.

O gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Antônio Leal, destaca que esses profissionais trabalham no campo e estão sempre em contato com os produtores. “Os técnicos da Emater, pela capilaridade e acesso aos produtores de pequena escala, podem ajudar na sensibilização e conscientização sobre a notificação de suspeita de doenças em aves, contribuindo para aumentar toda a rede preventiva em Goiás. Quanto mais pessoas receberem orientações, mais chances temos de detectar um caso provável e entrar com as medidas pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO) em tempo hábil.”

A coordenadora Estadual do Programa de Sanidade Avícola da Agrodefesa, Silvânia Andrade Reis, enfatiza que a doença, uma vez instalada, pode causar prejuízos sanitários, econômicos e sociais. “Quando ocorre dentro de um estabelecimento comercial, toda a produção é perdida, porque a mortalidade é de 100%. Não temos um local onde há influenza e a mortalidade é de 20% ou 30%. E as aves que não vierem a óbito imediatamente, o serviço oficial precisa sacrificar, interditar a propriedade. Então, é um prejuízo de milhões, considerando o montante de aves e de carne de frango que o Brasil produz, consome e exporta para fora do país”, relata.

Ela informa ainda que pelo fato de ser uma cadeia produtiva bem-organizada, a avicultura, se sofrer com a contaminação da Influenza Aviária, terá impactos em relação aos postos de trabalho e renda da população. “São famílias que podem perder o emprego e ficar sem recursos. E não é somente na cadeia avícola. Impacta a produção de milho e soja, que são grãos utilizados na alimentação de aves nas granjas. Por isso é importante trabalharmos em diferentes frentes, para mitigar e impedir a entrada dessa doença no estado”, reforça.

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