Cresce casos de queimadas

Apenas em junho foram registradas 170 queimadas em Goiânia, já em todo o Estado foram 924 casos no último mês

Postado em: 21-07-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Apenas em junho foram registradas 170 queimadas em Goiânia, já em todo o Estado foram 924 casos no último mês

Já foram registrados 2.340 casos de incêndio desde o início do ano, um aumento de 15% comparado ao mesmo período do ano passado

Rafael Melo 

De acordo com o Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás, já foram registrados 2.340 casos de incêndio desde o início do ano, um aumento de 15% comparado ao mesmo período do ano passado. Em Goiânia foram 387 ocorrências, sendo 170 somente no mês de junho. Além do período de estiagem, o clima seco e quente dessa época do ano tende a contribuir com o aumento dos casos de incêndio. Essas condições do clima com alta temperatura propiciam situações necessárias para que ocorram as queimadas, com a vegetação ressecada o fogo se espalha com mais facilidade.

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Apesar disso, muitas vezes os danos são causados intencionalmente por pessoas que aproveitam a época para atear fogo em terrenos baldios e vegetações. O comandante da Operação Cerrado Vivo 2018, Tente-Coronel BM Ulisses da Silva, conta que a ação humana pode ser o principal motivo na ocorrência das queimadas.  “Em maio deste ano nossa equipe flagrou um senhor ateando fogo em um pasto às margens da BR-060, em Rio Verde. Assim que nossa equipe se aproximou, ele jogou o isqueiro no mato e tentou fugir. Nós conseguimos pegar ele e acionamos a Polícia Rodoviária Federal. Esse tipo de comportamento coloca em risco a fauna e a flora, além de contribuir para acidentes, uma vez que o motorista fica com a visão prejudicada pela fumaça intensa que toma conta das rodovias”, explica o coronel.

Outros fatores negativos provenientes das queimadas são o comprometimento da qualidade do ar e a redução da fertilidade do solo que, consequentemente, afeta a saúde humana. “As fuligens geradas do lixo e da vegetação quando ocorremas queimadas causam doenças respiratórias. As queimadas urbanas também são consideradas crimes e precisam ser avisadas aos órgãos de fiscalização competentes. Pode parece uma forma simples de limpar algum terreno, mas isso pode causar muitos danos e alguns bem severos”, esclarece Ulisses.

Prevenção

Neste ano, a corporação ministrou treinamento com funcionários da Agência Municipal do Meio Ambiente de Goiânia (Amma) para que os servidores possam conter incêndios nos parques e áreas verdes da capital. A orientação técnica de combate ao fogo foi dada para os funcionários no Núcleo Socioambiental, no Setor Novo Horizonte. O treinamento foi solicitado pelo presidente da Amma, Gilberto Marques Neto. Ele acredita que, em casos de incêndio em algum dos 38 parques da cidade, a ação tem que ser realizada de maneira rápida.

O comandante da Operação Cerrado Vivo 2018 ainda reafirma que os trabalhos preventivos são determinantes para que casos de incêndio diminuam. Ele explica que a corporação realiza palestras em escolas, distribui cartilhas, além de oferecer oficina de abafadores para proprietários rurais, para que saibam lidar com um foco de incêndio. “É muito importante que além da segurança pública, toda a população abrace essa causa para que possamos contribuir para a nossa própria saúde, além de contribuir para a preservação do cerrado e do meio ambiente”, conta Ulisses José.

Outra iniciativa é a parceria do Corpo de Bombeiros com a Secretaria do Meio Ambiente de Aparecida de Goiânia (Semma). Neste mês foram realizadas diversas ações com o objetivo de prevenir e combater focos de incêndio no período seco. A ação do trabalho foi na Serra das Areias, maior área de preservação ambiental do município, onde foram feitos cerca de 600 metros de aceiros para que qualquer foco de incêndio não atinja a área de preservação. Além do aceiro, serão realizadas ações educativas no sentido de orientar a população sobre os prejuízos provocados por esse tipo de incêndio tanto ao meio ambiente quanto à saúde pública, conscientizando para que não coloquem fogo no lixo doméstico, principalmente às margens da reserva ambiental.

Infração

De acordo com o Código Penal Brasileiro, no artigo 250, causar incêndio expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, a pena é de reclusão que pode variar de três a seis anos e multa. O delegado da Delegacia do Meio Ambiente, Luziano Severino, explica que a multa que pode chegar a milhões, dependendo da quantidade e área atingida. Nesse caso, as denúncias podem ser feitas na Defesa Civil, pelo telefone 199, e pelo Corpo de Bombeiros, no 193. 

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